O GDF lançou uma campanha para incentivar os moradores da região central de Brasília a se cadastrarem no Sistema Único de Saúde (SUS) para ajudar o governo a planejar políticas públicas de saúde. Moradores do Cruzeiro, Lago Norte, Lago Sul, Plano Piloto, Sudoeste/Octogonal e Varjão devem se registrar ou atualizar o cadastro. A atividade é uma ação integrada entre as secretarias de Governo, das Cidades e de Saúde, com apoio da Administração Regional do Plano Piloto.
Servidores da Administração do Plano Piloto e da Secretária de Saúde estão ligando para a casa dos moradores da Vila Planalto para divulgar o formulário on-line e pedir a adesão deles ao cadastramento. Nos próximos dias, eles farão uma reunião virtual com as principais lideranças da região para pedir que a iniciativa seja divulgada boca a boca entre a comunidade. “Lá a gente também vai usar estratégia de carro de som e ter o apoio da equipe de saúde local, já que temos uma Unidade Básica de Saúde (UBS) na Vila Planalto”, explica a administradora do Plano Piloto, Ilka Teodoro.
O objetivo é incentivar que todos os moradores do DF incluam seu nome no cadastro do SUS para, dessa forma, mudar a cultura de não se cadastrar. A inscrição pela internet deve ser feita pelo responsável do domicílio e deve ser informado quantas pessoas moram na residência, além dos dados pessoais.
Desde janeiro, o cadastramento era feito presencialmente pelas equipes de saúde da família, mas a Secretaria de Saúde enfrentou dificuldades por causa da pandemia. “Estamos disponibilizando o formulário pela internet, uma ferramenta moderna e adequada para esse momento”, afirma o secretário de Governo, José Humberto Pires.
O diretor da Atenção Primária à Saúde da Região Central, Valdir Nunes de Sousa, explica que o governo federal repassava recursos para os estados e municípios baseado no total da população residente e nos atendimentos realizados pelas unidades de saúde. Mas, em novembro do ano passado, o Ministério da Saúde publicou uma portaria instituindo o programa Previne Brasil e estabeleceu uma nova forma de financiar a atenção primária à saúde. Agora, o custeio das unidades básicas de saúde (UBSs) é calculado de acordo com a população cadastrada no SUS pelas equipes de saúde da família. “A população deve estar cadastrada e vinculada à equipe que é responsável por cuidar dela”, diz o médico.
Plano de saúde
Segundo Ilka Teodoro, historicamente, a população do Plano Piloto não faz o cadastramento no SUS por ter alta renda e pagar plano de saúde. De acordo com a PDAD 2018, por exemplo, 82% dos moradores do Plano Piloto têm plano de saúde particular ou empresarial.
A administradora ressalta que todo o trabalho da Secretaria de Saúde é planejado de acordo com esses recursos que são repassados com base no número de cadastrados no SUS. “Isso impacta no trabalho de combate à dengue, na fiscalização de segurança alimentar nas feiras e nos restaurantes, no caso de um acidente que precise de atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), na vacinação, porque mesmo tendo plano de saúde todo mundo se vacina na UBS”, diz.
Além disso, reforça a administradora, o Plano Piloto tem uma característica distinta das outras regiões administrativas. Apesar de ter uma população residente de 221 mil habitantes, recebe uma população flutuante de 700 mil pessoas que passam o dia no Plano Piloto, de segunda a sexta-feira. “Tem trabalhadores que dormem no emprego e usam o serviço de saúde local, mesmo que não tenham domicílio em Brasília”, ressalta.
A RA também é formada por regiões de alta renda, como as Asas Sul e Norte e o Noroeste, mas também por regiões com população carente, como Vila Planalto e Vila Telebrasília, o que exige a ampliação dos serviços de saúde pública. Enquanto apenas 6,7% dos moradores do Noroeste não têm plano de saúde, o percentual sobe para 52,9% em localidades como Vila Planalto, Vila Telebrasília e Granja do Torto.
Com informações da Agência Brasília