Pandemia

Covid-19: DF pode receber testes de nova vacina contra a doença

Ao todo, 3 mil brasileiros devem participar dos testes da vacina UB-612, da americana Covaxx. Estudo é delineado pela Dasa e tem investimento de R$ 30 milhões

A corrida pela produção da primeira vacina contra a covid-19 ganhou, nesta quarta-feira (9/9), mais uma candidata, a UB-612. A vacina da empresa americana Covaxx vai passar pelo estudo clínico de fase II/III e pretende receber 3 mil voluntários no país, sob delineamento da Dasa, organização de medicina diagnóstica. O Distrito Federal pode ser um dos centros participantes do teste.

Ainda não há definição de quais unidades da federação vão receber os ensaios, mas os pontos devem ser definidos em breve. No DF, a Dasa é a responsável pelo Laboratório Exame. A empresa também uniu-se à Rede Ímpar, em 2019, que administra o Hospital e Maternidade Brasília e o Hospital Águas Claras.

Em nota, a organização afirmou que estão sendo realizadas “avaliações de dados de prevalência que definirão os centros participantes” dos testes. “De qualquer forma, a Dasa está empolgada com a inclusão de centros em diferentes regiões, incluindo Brasília”, informa. Gustavo Campana, diretor médico da Dasa, afirmou ao Correio que o projeto deve abarcar diferentes pontos do país.

"Esse é um estudo que será multicêntrico, então ele não será feito em um único local, mas em um número maior de regiões. O nosso time técnico e os nossos estatísticos estão agora fazendo uma avaliação de dados para a gente definir exatamente o número de participantes e quais os regiões vamos atuar, com base em prevalência no nosso banco de dados", afirmou Gustavo.

Gustavo também detalhou como será o próximo passo da pesquisa: “O estudo de fase II/III será realizado com, no mínimo, 3 mil brasileiros para avaliar se a vacina provoca resposta imune (imunogenicidade), para definir as doses de segurança necessárias e a eficácia da vacina UB-612, da Covaxx”.

A vacina UB-612 é projetada para disparar uma resposta celular, responsável por uma imunidade mais duradoura e por anticorpos ao mesmo tempo. Um possível sucesso da fase II/III de estudos pode fazer com que ela seja eficaz em dose única. A pesquisa recebeu R$ 30 milhões em investimentos para o desenvolvimento do estudo clínico, fruto de uma parceria que ainda inclui as empresas Mafra, MRV, Localiza e Banco Inter.

CoronaVac

Atualmente, o DF é polo de pesquisas de um outro produto vacinal, o CoronaVac, da farmacêutica chinesa Sinovac Biotech. O Hospital Universitário de Brasília (HUB) é um dos 12 centros de pesquisas de seis unidades da federação que estão testando a imunização, coordenados pelo Instituto Butantan. Ela está na fase 3 dos testes, uma das últimas necessárias para produção e comercialização de uma vacina.

Os estudos de diferentes produtos ganharam força nas últimas horas, pois a empresa AstraZeneca interrompeu, na noite da última terça-feira (8/9), os testes da vacina produzida em parceria com a Universidade de Oxford, após uma suspeita de reação adversa. A vacina de Oxford foi a primeira que teve o estudo clínico autorizado no Brasil e estava sendo testada em 5 mil voluntários.