Brasília perdeu mais um pioneiro nesta sexta-feira (4/9). Aos 88 anos, o candando Antônio Félix Ferrão, não resistiu a complicações de uma pneumonia, insuficiência renal e infecção generalizada.
“Nós ficamos tristes com a morte, sentimos muita falta dele. Mas, ao mesmo tempo, ele descansou”, afirma a mulher dele, Maria Carolina Ferrão. Antônio tinha Mal de Alzheimer.
“Em todo esse tempo que vivi com ele, o Antônio nunca sofreu tanto, e ele sempre foi muito trabalhador”, explica a viúva, que esteve casada com o pioneiro por 64 anos. Ela conta que os dois se mudaram para o local que viria a se tornar Brasília já em 1958.
Os dois eram do município Senhora dos Remédios, em Minas Gerais, e se casaram um ano antes de se mudarem para a futura capital. Maria Carolina afirma que a vida dos dois em Brasília foi de muita luta, mas muito feliz.
“Naquela época, tudo em Brasília era difícil. Eu comecei a vender cafezinho e cigarro para o pessoal que trabalhava aqui”, conta a pioneira. “Essa foi a nossa luta. O Antônio sempre foi uma pessoa respeitosa e nossa relação foi muito boa, por isso durou tanto tempo”, afirma.
O presidente da Associação dos Candangos Pioneiros de Brasília, Jorge Sarkis, afirmou em texto divulgado para membros da entidade que Antônio foi um companheiro suave, doce até, que teve na família e em Brasília sua maior honraria.
“A Associação dos Candangos Pioneiros de Brasília, reconhece, agradece e homenageia Antônio Félix Ferrão pela sua vida e solidariza-se com a família nesse momento de dor e deixa claro o orgulho de ter a todos como parte da nossa história”, escreveu o presidente.
Antônio deixa cinco filhos, nove netos e um bisneto.
*Estagiário sob supervisão de Mariana Niederauer