Saúde

'Aliviada', diz mãe de bebê com Síndrome de Down após filho passar por cirurgia

Lucca precisou de ser submetido a uma cirurgia cardíaca de correção. Ele esperou por quatro meses para realizar o procedimento

Após quatro meses de espera, três decisões judiciais favoráveis, do apelo da mídia, de marcações e desmarcações, Lucca Rafael Freitas de Azevedo, que nasceu com com hidrocefalia e Síndrome de Down, foi finalmente submetido a uma cirurgia cardíaca necessária à sobrevivência do recém-nascido. O procedimento ocorreu na manhã desta quarta-feira (2/9), no Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF), onde ele estava internado há um pouco mais de um mês.

A mãe de Lucca, Roseane Freitas Roque, 42 anos, está aliviada com a realização da operação e com a recuperação de Lucas. “Eu estou muito feliz, não estou cabendo dentro de mim. Ainda não temos previsão de alta, mas ele está se recuperando muito bem”, conta a diarista.

Quando o tão esperado dia chegou, apesar da alegria, Roseane ficou preocupada com possíveis complicações. “Fiquei muito apreensiva, meu coração gelou. Era algo que eu queria muito, mas tive medo. A equipe do ICDF é maravilhosa, os médicos conversaram comigo e me acalmaram”, relata.

Espera

No entanto, ainda há bebês com Síndrome de Down aguardando por cirurgias cardíacas, como é o caso de Davi Benjamin Araújo Reis, de apenas cinco meses. A mãe, Maria Luciene Gonçalves Araújo, foi informada que os hospitais estão sem insumos necessários para a realização do procedimento por causa dos gastos no combate à covid-19.

Davi passou por várias internações desde o dia do nascimento, no Hospital Regional da Ceilândia (HRC). Atualmente, ele está sob atenção domiciliar de responsabilidade do Núcleo Regional de Atenção Domiciliar (NRAD). “O estado do meu filho é de urgência, e mesmo assim ele não é chamado. Ele não pode ingerir muito líquido porque o fígado dele aumenta. O Davi faz uso de oxigênio e, ultimamente, ele tem ficado ligado ao aparelho quase o dia todo, por estar muito cansado”, desabafa Maria Luciene.

Diante do quadro de Davi, a mãe faz um apelo: “Olhem mais para nossas crianças. É muito triste ver meu filho sem conseguir respirar normalmente e não se desenvolver como os outros bebês. Só peço que deem a ele a chance de sobreviver”.

O que diz a Secretaria

Segundo a nota emitida pela Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), a pasta “possui contratos com o Instituto Cardiológico do Distrito Federal (ICDF) que estão vigentes e com todos os pagamentos em dia”. Além disso, esclareceu que “o ICDF é uma instituição privada sem fins lucrativos. O instituto não pertence à estrutura da pasta, apenas é contratado para realizar serviços como cirurgias cardíacas, transplantes e leitos de UTI. No entanto, trabalha em conjunto com o órgão para solucionar a questão o mais rápido possível”.

A reportagem tentou contato com o ICDF, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto para declarações.

 

*Estagiária sob a supervisão de Adson Boaventura