O boletim quinzenal número nove do grupo de pesquisadores do Observatório de Predição e Acompanhamento da Epidemia Covid-19 (PrEpidemia), divulgado nesta quarta-feira (2/9), mostra que o Distrito Federal já atingiu o pico da doença e agora apresenta uma leve redução no nível de transmissão devido a um grande número de pessoas já terem sido infectadas.
“Entende-se que esta redução está relacionada com o aumento da imunidade de grupo e não com a alteração no nível de controle do contágio”, afirma o estudo. Segundo a estimativa apresentada no documento, o DF atingiu a data do pico de infectados em 14 de julho e data do pico de hospitalização foi registrada 10 dias depois.
Em uma previsão estipulada pela pesquisa espera-se que até 15 de setembro o Distrito Federal atinja 2.463 mortes, 745 hospitalizações de infectados pela covid-19, além de 423 pessoas que precisam utilizar a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Até 31 de dezembro, de acordo com a pesquisa pode-se chegar a 3.107 mortes na capital federal e os hospitais podem abrigar até 1.581 pacientes, mais 671 pessoas internadas na UTI.
"Em resumo, passamos pelos picos, a tendência é reduzir. O problema é que isso tem ocorrido mormente em função da imunidade de grupo, que vem gerando muitos infectados e óbitos. Entende-se que isso poderia ser evitado com maior efetividade e eficiência nas ações do governo", explica um dos pesquisadores, Paulo Ângelo Resende.
Para evitar o crescimento dos números, os pesquisadores apontam necessidade de maior investimento em Inteligência Epidemiológica por parte do Estado. “Nesse sentido, o governo local deve buscar maior eficiência e efetividade nas ações de enfrentamento, em particular considerar as seguintes medidas, antes de promover novas flexibilizações ou contenções”, aconselha trecho do documento.
Regiões
O estudo observou que quanto maior o número de casos graves nas regiões do Distrito Federal - foram consideradas apenas as que registraram mais de 90 casos - maior é a taxa de novos casos por dia, ou seja, a proporção mostra que uma pessoa infectada em uma região com evolução elevada da doença contamina um grupo maior de pessoas.
Das 31 Regiões Administrativas apresentadas no boletim, duas apresentaram alteração no grau de criticidade: Varjão e Fercal. A primeira passou do estado de emergência para o de alerta, enquanto a última apresentou estado de acompanhamento, menor grau de criticidade atribuído a uma RA.