Entrevista

'Não temos perspectivas de quando os cinemas vão reabrir, mas teremos o festival', diz secretário de Cultura

Em entrevista ao Correio, Bartolomeu Rodrigues falou sobre a expectativa para a realização do Festival de Cinema Brasileiro de Brasília que ocorrerá em dezembro

O cadastro dos artistas para o auxílio emergencial Aldir Blanc está aberto pela Secretaria de Cultura do Distrito Federal. Em entrevista ao programa CB Poder — parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília —, o titular da pasta, Bartolomeu Rodrigues, estima que mais de 10 mil pessoas estão aptas para receber a verba aprovada pelo Governo Federal — três parcelas de R$ 600. O secretário falou sobre a expectativa para a realização do Festival de Cinema Brasileiro de Brasília que ocorrerá em dezembro, com um modelo diferenciado. O gestor comentou sobre as festas de fim de ano, e acredita que não é o momento de se pensar em aglomeração. Acerca do Museu de Arte de Brasília (MAB), Bartolomeu afirmou que até o próximo mês a estrutura seja inaugurado. Já o Teatro Nacional não tem previsão de reabertura.

Foi aprovada no Congresso Nacional e sancionada uma lei para auxiliar a classe artística, a Lei Aldir Blanc. Como estão as tratativas?
Uma ansiedade muito grande. A lei foi aprovada em tempo recorde, uma das raras unanimidades nas duas casas (Câmara e Senado). Foi sancionada, mas tem um detalhe: os recursos ainda não foram liberados. A expectativa é que sejam liberados durante este mês, agora, em setembro. O recurso chegando, nós temos 120 dias, pela lei, para que ele seja disponibilizado sob pena de voltar para o Governo Federal. O nosso trabalho é no sentido de que não vamos esperar um dia.

Como vai funcionar o cadastro?
Nós estamos com o cadastro aberto que será encaminhado ao Ministério do Turismo, onde está o banco geral da Secretaria Nacional de Cultura. Nos antecipamos, porque, se tiver alguma falha no processo de cadastramento, algo para ser corrigido, esse é o momento. Nós temos no nosso banco de dados mais de 10 mil pessoas preparadas, considerando nossos cadastros dentro da secretaria. E, também, estamos trazendo de outras secretarias, como a do Turismo, o cadastro dos artesãos. Só aí, serão em torno de 6 a 7 mil cadastros.

Quais as mudanças que a pandemia trouxe para a cultura?
Nós não temos perspectiva de quando os cinemas vão reabrir, mas vamos ter o Festival de Cinema, por exemplo. Não deixamos o festival morrer. Vai ocorrer em dezembro, e nós estamos muito animados. Nesta semana, devemos publicar no Diário Oficial o resultado preliminar do edital de seleção da OSC (Organização da Sociedade Civil) que vai organizar o festival. Vai ser em um modelo diferente, com presencial em forma de drive-in. Tem muita gente duvidando, falando que o recurso é pouco. Mas dá para fazer.

Alguns músicos têm reivindicado poder tocar nos bares que estão abertos. É o momento para isso?
Eu fico bastante sensibilizado com isso, essa interrupção foi cruel. Eu percebo que a população por si só já decretou o fim da pandemia, mas não combinou com o vírus. E, nós, como Estado, temos de ter essa responsabilidade. Nós temos protocolos para tudo. Para os eventos, Cine Brasília, para a Biblioteca (Nacional de Brasília). Os museus, nos próximos dias serão abertos com entrada controlada, pois são espaços amplos, muitos são a céu aberto. Mesmo assim, estamos fazendo tudo com muito cuidado.

Como está o Teatro Nacional?
É um projeto muito grande, não se faz uma reforma naquele espaço em um ano. Recentemente, conseguimos concluir toda a etapa burocrática que precedia a liberação do recurso que nós conseguimos. Fizemos um convênio com a Novacap e estamos dentro de um calendário para entregar os documentos para a Caixa Econômica Federal para liberar o dinheiro. Estou na expectativa para que em breve seja publicado a licitação para a reforma.

E o Museu de Arte de Brasília?
Está quase pronto. Até o mês que vem a gente entrega o Museu de Arte de Brasília. E vai ser um presente para Brasília em seus 60 anos.

Como estão as discussões para as festas de fim de ano?
Nós vamos nos reunir dentro do governo para definirmos, mas vamos ser pé no chão. Não dá para imaginar aglomeração. Tudo bem, as pessoas estão ansiosas, mas é preciso combinar com o vírus. O vírus está circulando.



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