Modelo de gestão integrada para a implementação dos Hospitais de Campanha no Distrito Federal irá permitir a criação de novos leitos após a pandemia do novo coronavírus. De acordo com a Secretaria de Saúde, toda a estrutura de equipamentos ofertados para atender os pacientes com covid-19 serão incorporados ao patrimônio da pasta ao fim do contrato da empresa.
Para o subsecretário de Atenção Integral à Saúde (Sais), Gustavo Bernardes, esse será um grande ganho para a rede pública de saúde que, historicamente, tem dificuldade de comprar materiais médicos em grande quantidade. “Sempre tivemos déficit de leitos, camas, ventiladores, monitores, bombas de infusão, quando isso tudo acabar e ficarmos com esses equipamentos, finalmente, depois de décadas, vamos ter resolvido esse problema”, avalia.
Segundo a secretaria, o contrato emergencial de serviço de gestão integrada prevê a locação de equipamentos, gerenciamento técnico, assistência médica e multiprofissional, de forma ininterrupta, durante a pandemia. Além da manutenção e insumos necessários para o funcionamento dos equipamentos, incluindo computadores e impressoras, e atendimento dos pacientes com medicamentos, insumos e alimentação.
Para Gustavo Bernardes, o Distrito Federal está bem à frente de outros estados, pois conta com estruturas sólidas que podem ser aproveitadas para vários outros tipos de serviços. Além de ser a única unidade da federação com esse tipo de contrato que possibilita que os equipamentos sejam aproveitados pela pasta após este período.
“Os nossos hospitais de campanha usaram estruturas que já existiam, ou seja, não são tendas que foram armadas. Quando se analisa quanto que custaria, durante a pandemia, contratar pessoal, comprar materiais e insumos necessários, a gente vê que o custo-benefício da contratação de uma empresa para fazer tudo isso é muito menor e melhor. A economicidade é fantástica”, destaca Gustavo Bernardes.
“A expectativa é de quando formos fazer as contas do que pagamos e do que recebemos, estejamos bem à frente de outros estados”, afirma.
Investimento
Para atender os pacientes com coronavírus, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal investiu R$ 79.449.903 na contratação emergencial de 197 leitos para o Hospital de Campanha do Mané Garrincha. O contrato foi por meio de Sistema de Gestão Integrado.
Ao todo, são 173 leitos de enfermaria adulto, 20 de suporte avançado e quatro de emergência (sala vermelha) no hospital de campanha. O prazo do contrato é de 180 dias, podendo se estender por mais tempo, a depender dos rumos da pandemia e da necessidade de utilização.
Seguindo o mesmo modelo de gestão, o Hospital de Campanha Centro Médico da Polícia Militar também já está atendendo pacientes acometidos pela covid-19. A unidade foi inaugurada em 1º de agosto e conta com 80 leitos de UTI com suporte de hemodiálise e 20 leitos de enfermaria.
A implantação do hospital contou com a cooperação técnica do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF). O valor investido pela Secretaria de Saúde foi de R$ 60.578.726. Ao término do contrato, os bens serão incorporados ao patrimônio da pasta.
Obras
Com essa mesma ideia, o governador Ibaneis Rocha anunciou a construção de um hospital de campanha em Ceilândia, que será transformado em hospital Materno Infantil quando a pandemia acabar. O novo hospital terá 60 leitos no total, sendo 40 de enfermaria e 20 de UTI. O valor da obra é de R$10.488.208,61. Hoje, a obra já está 65% realizada e dentro de mais 20 dias deverá estar concluída.
O Hospital de Campanha do Complexo Penitenciário da Papuda já foi concluído e aguarda a conclusão do processo de contratação da empresa gestora para entrar em funcionamento. A unidade deveria ter dez leitos de suporte avançado e 30 de enfermaria, porém diante do novo cenário, de redução no número de casos dentro da unidade, optou-se pela contratação para gestão de apenas 20 leitos de enfermaria.
O processo de contratação da empresa que vai prestar o serviço de gestão integrada está em fase de conclusão, em observância às legislações vigentes.