Pandemia

Saiba como participar de testes de vacina da Johnson & Johnson no DF

Moradores do DF e do Entorno podem se candidatar para testes avançados de vacina contra a covid-19. Ao todo, 800 pessoas serão selecionadas

Alan Rios
postado em 25/09/2020 10:41
Para participar dos testes, é necessário apenas ter acima de 18 anos -  (crédito: Divulgação/Governo de São Paulo)
Para participar dos testes, é necessário apenas ter acima de 18 anos - (crédito: Divulgação/Governo de São Paulo)

Fazer parte da busca por uma solução para frear a disseminação do novo coronavírus é o desejo de grande parte da população. E contribuir para a pesquisa de uma vacina é algo possível hoje para qualquer morador do Distrito Federal acima de 18 anos. Isso porque estão abertas as inscrições para voluntários que desejem participar dos testes da vacina da farmacêutica Johnson & Johnson contra a covid-19.

O produto vacinal que chegará ao DF foi nomeado de Ad26.COV2.S. Ele é resultado de pesquisas da empresa belga Janssen, braço da Johnson & Johnson, e será coordenado na capital pelo L2iP Instituto de Pesquisas Clínicas. O instituto, localizado na Asa Sul, já começou a receber inscrições de voluntários dos ensaios e deve iniciar as primeiras aplicações no começo de outubro.

Para se candidatar, é necessário preencher um formulário no site do L2iP. O pré-cadastro só conta com dois requisitos mínimos para a triagem: ter mais de 18 anos e não apresentar sintomas de covid-19. Mesmo pessoas que já foram contaminadas ou moradores do DF com comorbidades, desde que compensadas, podem participar dos ensaios clínicos.

Os primeiros voluntários cadastrados receberam e-mails que esclarecem detalhes sobre o processo. “A pesquisa clínica tem diretrizes rígidas sobre quem pode participar. Esses critérios são usados para identificar os participantes apropriados para o estudo e mantê-los seguros. É importante entender que os critérios não são usados para rejeitar os candidatos, mas para garantir que os pesquisadores sejam capazes de responder às questões a que o estudo se propõe”, informa o instituto.

O medicamento, as consultas médicas e os exames realizados para a pesquisa serão gratuitos. Ao todo, 800 pessoas serão selecionadas. A ideia dos pesquisadores é dividir os voluntários em dois grupos, de 18 a 59 anos e acima de 60, e dois subgrupos, de pessoas saudáveis e portadores de doenças crônicas, para melhor visualização dos resultados. Nesta etapa, metade dos participantes vão receber placebo, metodologia aplicada em estudos de fase 3.

É seguro?

Os pesquisadores que participam do ensaio lembram que ele chegou a uma fase avançada de testes por demonstrar bons resultados, algo que centenas de outros ensaios pelo mundo não conseguiram. “Das 144 primeiras pesquisas de vacinas que começaram em março deste ano e fizeram fase 1 entre abril e junho, somente 12 chegam até a fase 3. No Brasil, são quatro vacinas diferentes nesta etapa, com mais duas tramitando para que o país participe”, detalha o doutor Eduardo Freire Vasconcellos, diretor do L2iP.

Ou seja, para que um medicamento em teste alcance a fase 3, é necessário concluir com sucesso duas etapas que garantem a segurança do produto. Os testes clínicos das fases 1 e 2 da vacina da Johnson & Johnson foram realizados em cerca de mil pessoas nos Estados Unidos e na Bélgica. “Ao final do processo, vamos ver nos resultados se há benefícios reais. Isso deve ser apresentado no começo do ano que vem”, adianta Eduardo.

O médico também lembra que a tecnologia utilizada nessa vacina já é testada em humanos desde 2008, em casos de outras patologias. “Já foram feitos 35 estudos populacionais grandes dessa vacina, não sendo para covid, e 75 mil pessoas foram vacinadas no continente africano com esse conceito”, explica. Nesse tipo de metodologia, os pesquisadores aplicam o conceito de vetor recombinante, em que se utiliza outro vírus — neste caso o adenovírus tipo 26 —, e se faz uma alteração na estrutura para codificar a proteína S do vírus Sars-CoV-2, da covid-19.

Profissionais da saúde

Para os profissionais da saúde do DF, também há a opção de se voluntariar nos ensaios de outro produto testado na capital, a vacina CoronaVac, da farmacêutica chinesa Sinovac Biotech, coordenada pelo Instituto Butantan. Ela está sendo pesquisada com ajuda da Universidade de Brasília (UnB), que realiza ensaios no Hospital Universitário de Brasília (HUB). Ao todo, 852 pessoas devem participar do voluntariado. As inscrições estão abertas no site https://app.profiscov.com.

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  • Vacina CoronaVac, da farmacêutica chinesa Sinovac Biotech
    Vacina CoronaVac, da farmacêutica chinesa Sinovac Biotech Foto: Ed Alves/CB/D.A Press
  • Vacina de fabricação chinesa começou a ser testada nessa semana no Hospital Universitário de Brasília (HUB)
    Vacina de fabricação chinesa começou a ser testada nessa semana no Hospital Universitário de Brasília (HUB) Foto: Ed Alves/CB/D.A Press
  • Vacina contra a covid-19 no ensaio clínico no HUB
    Vacina contra a covid-19 no ensaio clínico no HUB Foto: Ed Alves/CB/D.A Press

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