O Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) realizou um procedimento inédito na unidade. O transplante de medula alogênico, ou seja, com doador, foi feito no menino João Miguel Pereira, de apenas 10 meses de idade. Hoje, dois meses após o procedimento, a família de João se diz grata à equipe e atendimento do hospital. A doadora da medula é a irmã, de 16 anos.
O transplante precisou ser realizado com urgência devido à condição de saúde de João. Aos sete meses de idade, ele foi diagnosticado com imunodeficiência combinada grave (SCID, na sigla em inglês). Segundo a diretora técnica do HCB, Isis Magalhães o tratamento indicado é o transplante de medula óssea, que deve ser feito o quanto antes possível.
A equipe do hospital tem o costume de realizar transplantes autólogos, com células do próprio paciente e recebeu autorização do Ministério da Saúde para a cirurgia de João. “A pasta considerou que a unidade estava preparada para tal procedimento”, diz a médica Isis Magalhães, coordenadora do HCB.
Irmã doadora
A doação de medula óssea para João veio da própria família. A irmã Ana Clara Pereira, 16 anos, foi a doadora. Eles ainda têm uma outra irmã de 21 anos e um irmão de seis, porém eles não foram compatíveis.
“Fiquei muito feliz de saber que poderia salvar a vida do meu irmão. Eu o amo demais e faria tudo por ele”, diz Ana Clara. A menina ainda conta que chegou a superar o medo de agulhas para poder ajudar João. "Os profissionais do hospital nos ajudaram bastante e, hoje, fico feliz em ver meu irmão rindo, chorando e brincando", completa.
A mãe de João, Franciele Pereira, afirma que ficou apreensiva quando recebeu o diagnóstico do filho, mas depois do procedimento, se sentiu mais esperançosa. "Conheci outras pessoas que tinham a mesma doença e vi de perto o sofrimento das mães. Porém, agradeço muito a Deus e à equipe médica do hospital por salvarem a vida do meu filho."
Memória
O transplante alogênico não foi o primeiro procedimento inédito realizado no HCB. Em junho de 2019, a unidade realizou uma cirurgia de extrofia de bexiga em um menino de um ano e 11 meses. Na época, o procedimento era inédito no DF. O menino foi operado por uma equipe de mais de 40 profissionais e recebeu alta da unidade de terapia intensiva (UTI) após 15 dias.
Outro caso de cirurgia inédita feita pelo hospital foi a separação das gêmeas siamesas, Mel e Lis. A longa cirurgia feita em abril de 2019 envolveu 50 profissionais de saúde. A operação foi um sucesso e, ao completarem um ano de vida, as gêmeas siamesas ganharam festa com direito a bolo, decoração e roupa especial.
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