VIOLÊNCIA

Assassinada por causa de celular

Investigadores da Polícia Civil prenderam dois homens acusados de levar Rubia Alves para um matagal oferecendo crack para a vítima. A dupla a matou alegando que ela havia roubado um telefone de um dos comparsas

Darcianne Diogo
postado em 22/09/2020 23:22
 (crédito: Arquivo Pessoal)
(crédito: Arquivo Pessoal)

O suposto furto de um aparelho celular pode ter motivado a morte de Rubia Alves Ferreira, de 35 anos, segundo as investigações da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). A mulher foi esfaqueada em 13 de agosto e teve o corpo jogado em um matagal no Parque Leão, no Recanto das Emas. Investigadores da 27ª Delegacia de Polícia encontraram o cadáver cinco dias depois, em estado de decomposição, sem cabelo e sem pele no rosto. Ontem, dois homens acusados de terem assassinado a vítima foram presos durante a Operação Agatha Christie (nome dado em referência à escritora britânica do gênero romance policial). A ação contou com o apoio das Seções de Crimes Violentos das 27ª DP e 32ª DP (Samambaia Sul) e da 4ª Promotoria de Justiça Criminal e do Tribunal do Júri do Recanto das Emas.

Rubia Alves morava em Luziânia (GO) — distante cerca de 60km de Brasília —, mas estava no DF, em Samambaia, havia cerca de duas semanas. Investigações apontam que ela era uma andarilha e teria saído do município goiano por problemas com drogas. Na capital, ela se abrigava na casa de conhecidos. Na noite do crime, os dois suspeitos, de 31 e 21 anos, encontraram a vítima e a levaram até um descampado, na promessa de que eles consumiriam pedras de crack juntos. “Eles premeditaram o crime. Chegando ao local, um dos criminosos aplicou uma “gravata” na vítima e o outro passou a esfaqueá-la”, detalhou o delegado-chefe da 27ª DP, Pablo Aguiar.

Os acusados tentaram, ainda, desfigurar a face da vítima para que ela não tivesse a identidade revelada. A mulher teve a pele do crânio retirada, bem como os tecidos e o couro cabelo removidos com faca. Após matá-la, os criminosos jogaram a arma em uma lixeira e fugiram de bicicleta.

Prisão
A dupla foi surpreendida com a polícia na manhã de ontem. Os suspeitos estavam em casa, na QR 512 de Samambaia, quando foram presos. Após serem detidos, eles confessaram o crime e alegaram que Rúbia teria furtado o celular de um dos autores para trocar por pedras de crack.

Foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e dois de busca e apreensão nas residências. Durante as buscas, os investigadores apreenderam cinco celulares produtos de crime na casa do suspeito de 21 anos, que foi preso outras vezes por tráfico de drogas.

O outro envolvido, de 31 anos, tem passagens por roubo e homicídio. Ele é o mesmo que, em abril, matou e ocultou o cadáver de um jovem no Paranoá. Na ocasião, suspeito e comparsas assassinaram e esquartejaram a vítima, escondendo as partes do corpo no interior de uma máquina de lavar roupas, que foi descartada em um lixão da cidade.

Agora, os dois responderão por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. “Eles pegaram a vítima de surpresa, sem direito a defesa. É qualificado pela crueldade”, finalizou o delegado Pablo Aguiar.

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Em queda

Dados da Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF) mostram que, nos primeiros oito meses deste ano, houve queda de 5,6% no número de vítimas de crimes violentos letais intencionais (CVLIs), que agrupam homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte. O estudo aponta redução em quase todos os principais crimes monitorados pela SSP, como as tentativas de latrocínio, homicídio e feminicídio, que marcaram 28,5%, 10% e 49,2% de redução, respectivamente, em comparação aos primeiros oito meses de 2019.

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