A taxa de ocupação de leitos de UTI reservados para pacientes com o novo coronavírus chegou a 51,23% nesta quarta-feira (16/9). De acordo com a última atualização da Secretaria de Saúde, na Sala de Situação, estão vagos 317 leitos em hospitais públicos e particulares conveniados.
No início do mês, o índice registrado pela pasta era de 66,42% e 230 estavam vagos. Em 15 dias, houve uma redução de 15% na taxa de ocupação para tratamento da covid-19. Segundo informações da secretaria, esses números eram esperados pelos gestores e seguem as ações programadas desde o início da pandemia.
Com a redução dos casos ativos no Distrito Federal, o governo vai desativar alguns dos 720 leitos reservados para pacientes com coronavírus. A medida vai obedecer a um cronograma rígido e controlado por técnicos de saúde e estatísticos, segundo a pasta.
“A tendência é essa de queda. Diminuímos os testes em decorrência da procura, que caiu pela metade. Sobre a estimativa de novos casos, tivemos um feriado recentemente e vamos contar 14 dias para observar como foi o comportamento das pessoas e o tipo de contato e transmissão que elas tiveram”, observou o secretário interino de Saúde, Osnei Okumoto.
Os números e percentuais ajudam a entender a mudança na dinâmica dos atendimentos. No Hospital Regional da Asa Norte, por exemplo, eles representam a diminuição de tomografias e serviços laboratoriais, a queda no número de pacientes que passam pela triagem. Além de trazer para discussão a reabertura de pequenas cirurgias, inclusive as de câncer.
Em análise feito pela secretaria, os estabelecimentos de saúde vão, aos poucos, retomando os atendimentos que deixaram de fazer pela urgência da pandemia.
“Desde a segunda quinzena de agosto e agora em setembro este número [de ocupação de leitos] tem diminuído. Chegamos a ter 95% de ocupação e agora estamos em 68%”, aponta Pedro Zancanaro, diretor de Atenção Secundária da Região Central e um dos membros do gabinete de crise montado no Hran.
Desde o início da pandemia, o DF contabilizou 168.753 mil pessoas que venceram a doença, ou seja, 93,8% do total de contaminados. O número de óbitos chegou a 3 mil nesta quarta-feira (16/9).
Apesar da melhora no cenário na capital, a atenção para o comportamento do vírus continua. “É importante termos agilidade no uso dos leitos para onde as demandas são reprimidas, mas manter os olhos atentos para a pandemia. Depois de um quadro de queda, temos observado em outros países que existe, sim, uma 2º ou 3º onda da pandemia. Portanto, estaremos a postos caso isso venha ocorrer e dar uma resposta a altura”, acrescenta Pedro Zancanaro.
Planejamento e reforço
O primeiro caso da doença no Distrito Federal foi confirmado em 7 de março. Naquela época, o Hran foi a unidade habilitada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para tratar da ocorrência do vírus. A unidade contou com um andar inteiro do hospital para combater a doença.
Desde então, foram construídos os hospitais de campanha do Mané Garrincha (197 leitos) e da Polícia Militar do DF (80 leitos de UTI) e outros hospitais regionais, quatro UPAs e a rede privada passaram a somar esforços para atender a demando. No total, 27 unidades contam com leitos públicos para tratamento da doença.
A Secretaria de Saúde também realizou contrato emergencial de serviço de gestão integrada, em que a empresa contratada oferece toda a estrutura de equipamentos e recursos humanos necessária para atendimento de pacientes com covid-19 nos hospitais de campanha criados no DF.
O contrato prevê a locação de equipamentos, gerenciamento técnico, assistência médica e multiprofissional, de forma ininterrupta, com manutenção e insumos necessários para o funcionamento dos equipamentos, incluindo computadores e impressoras, e atendimento dos pacientes com medicamentos, insumos e alimentação.
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