O Correio conversou com o irmão de Shirley Rúbia Gertrudes, de 39 anos, esfaqueada pelo ex-companheiro dentro da sala de pediatria do Hospital São Francisco, em Ceilândia, enquanto a filha do casal, de 4 anos, era examinada pelo médico. Rubens Eurípides, 52, questiona o fato de o suspeito ter entrado armado na unidade de saúde.
"Como que uma pessoa entra com uma faca na cintura sem ser revistado? A pessoa mata a mulher e simplesmente vai embora, sai ileso", disse o irmão. Segundo as investigações, por volta das 13h, Shirley chegou ao hospital com a filha do casal e o suspeito, identificado como Rafael.
Na sala, o médico deu início aos procedimentos para examinar a criança. Em determinado momento, Rafael saiu do consultório e voltou poucos minutos depois, atingindo Shirley com diversas facadas. O homem se evadiu do local em seguida, se dirigiu até a casa onde mora com os pais, em Samambaia, e se matou.
A mulher, que é ex-funcionária do Hospital São Francisco, foi encaminhada imediatamente ao centro cirúrgico, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. O Correio apurou que o médico está em estado de choque e irá prestar depoimento na Delegacia de Atendimento Especializado da Mulher (Deam) - unidade que investiga o caso - em breve. "Eles estavam separados havia três meses, mas ele sempre ficava insistindo para reatar com ela", contou o irmão de Shirley.
A vítima trabalhava como segurança em um outro hospital da Asa Norte e tinha dois filhos, um de 17 anos, fruto de outro relacionamento, e a criança de 4, filha do casal, que presenciou o assassinato. "Ela sempre me apoiava, me dava forças. E agora teve esse fim. Como que vou fazer agora", desabafou Robson.
O Hospital São Francisco se posicionou por meio de nota oficial e esclareceu que, após ser atingida, Shirley foi conduzida até o centro cirúrgico da unidade, onde recebeu todos os cuidados, porém, não resistiu e evoluiu para óbito. “Em razão do ocorrido, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) foi acionada e, junto à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), iniciou processo de investigação dos fatos. A criança foi prontamente atendida pelo Departamento de Psicologia do hospital”, diz o documento.
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