Com um mês marcado por altas temperaturas, baixas umidades, e o aumento da possibilidade de incêndios florestais no Distrito Federal, o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) tem se preparado para enfrentar os desafios da seca. "Estamos com 145 brigadistas, distribuídos em dez bases e seis postos avançados no DF, prontos para atuar em qualquer foco de incêndio que ocorra nos parques e unidades de conservação, sob nossa administração", informa o diretor de prevenção e combate a incêndios florestais do órgão, Pedro Paulo Cardoso.
As bases das brigadas estão localizadas nos parques Veredinha (Brazlândia), Recreativo do Gama (Prainha) e Lago do Cortado (Taguatinga), e ainda em Riacho Fundo, Águas Claras, Ezechias Heringer (Guará), Lago Norte, Paranoá, Sede do Brasília Ambiental e Estação Ecológica Águas Emendadas (Esecae).
Já os postos avançados ficam nos parques Três Meninas (Samambaia), Saburo Onoyama (Taguatinga), Jardim Botânico de Brasília, Ermida Dom Bosco (Lago Sul), Olhos d`Água (Asa Norte) e Jequitibás (Sobradinho). As brigadas que se encontram nas bases contam com cinco a seis combatentes por dia. Nos postos avançados, são dois brigadistas por dia, e na Esecae, 14.
Trabalho intenso
Os brigadistas foram selecionados e contratados pelo Ibram no início de julho. Já atuaram na fase de prevenção, construindo aceiros nas unidades ecológicas consideradas mais vulneráveis. O diretor ressalta que o trabalho da brigada será mais intenso agora, no período crítico da seca. Por isso, explica, o processo seletivo dos brigadistas é bem rígido. "Para a pessoa ser um brigadista, tem que ter experiência, currículo bem-focado na área", detalha. "Todos os nossos brigadistas têm uma bagagem de combate a incêndios consolidada, e a cada dia estão aperfeiçoando mais esta experiência".
Segundo Pedro Cardoso, muitos brigadistas reforçam a preparação no decorrer do contrato de trabalho com o instituto. Este ano, os supervisores de brigada fizeram o curso básico de Sistema de Comandos de Incidentes (SCI), ferramenta norte-americana que, desde a década de 1970, organiza o atendimento ao incidente, definindo funções.
Oferecido em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente, que coordena o Programa de Prevenção e Combate a Incêndios do DF, o curso foi feito junto ao Corpo de Bombeiros. "Sempre contamos com o apoio deles (bombeiros)", informa o diretor. "Somando forças, conseguimos atingir o objetivo, que é diminuir o máximo possível a área queimada no DF".
Prevenção
A superintendente de Unidades de Conservação, Biodiversidade e Água, Rejane Pieratti, endossa o alto nível de preparo do Brasília Ambiental para enfrentar a seca, especialmente neste mês, mas ressalta que, se combater o incêndio florestal é fundamental, preveni-lo é de extrema importância.
Rejane lembra que a maior parte dos incêndios florestais tem como causa ações humanas negligentes ou até criminosas. "A negligência ocorre quando são feitas limpezas de terrenos vizinhos aos parques, com colocação de fogo no mato seco e lixo, e esse fogo se alastra e atinge áreas dos parques", exemplifica.
Há casos mais graves, pontua. "Tem pessoas que, mesmo sabendo que é proibido, fazem churrascos nos parques, o que leva perigo a esses espaços ecológicos", exemplifica. "Outras jogam guimbas de cigarros nos caminhos que existem dentro dos parques. Há ainda quem utilize os parques para desmanche de carro roubado e queime o veículo para sumir com as provas. De tudo isso temos registros, infelizmente".
Por todas essas situações, a gestora pede consciência à população de que os parques são espaços ecológicos, de uso público, razão pela qual precisam contar com o cuidado de todos que os frequentam. Rejane lembra que qualquer foco de incêndio deve ser comunicado, em tempo hábil, pelos telefones 193 ou 99114-7202 – este último, apenas quando o fogo ocorrer dentro de um parque ou unidade de conservação. Para comunicar ocorrências em parques ou unidades, também é possível enviar mensagens e fotos via WhatsApp, de preferência com a localização do foco.
Com informações da Agência Brasília
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