Estudo divulgado nesta quinta-feira (10/9) pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), com dados coletados pela Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios de 2018 (PDAD), revela as desigualdades socioeconômicas e educacionais entre a população negra e não negra do DF.
A maioria da população total do DF é composta por negros (57,6%), enquanto outras raças somam 42,4%. Apesar disso, os indicadores revelam que os negros ainda estão em situação de maior vulnerabilidade social. O estudo mostra que os negros compõem 69,9% da população total do grupo de regiões administrativas de baixa renda, com renda domiciliar média de, aproximadamente, R$ 2,5 mil.
Já no grupo de cidades com a renda mais alta (aproximadamente R$ 15,6 mil), os negros são apenas 33,1% da população. Por outro lado, os brancos representam 66,9%. Há, ainda, uma maior proporção de negros em trabalhos com remunerações mais baixas, na maioria das vezes, informais. Nas regiões administrativas de baixa renda, por exemplo, a informalidade no mercado de trabalho chega a alcançar um terço da população masculina.
Educação
Outro ponto ressaltado na pesquisa são nos indicadores educacionais, que também evidenciam desigualdades entre os negros e os brancos. Na etapa da educação infantil, 21% das crianças de 0 a 3 anos que são negras frequentam a creche. No caso dos brancos, o percentual é de 23%.
Quanto aos jovens entre 18 e 24 anos, que frequentam a escola ou o ensino superior, 40% são brancos e 35% são negros. “Destaco que, entre os maiores de 25 anos que não estudam mais, 45% da população não negra completou o ensino superior. Esse percentual é de 25% entre a população negra. Especificamente nas regiões de renda alta e média-alta, a diferença entre não negros e negros que completaram o ensino superior chega a 12 pontos percentuais. Isso, possivelmente, afeta acesso a oportunidades de trabalho e de desenvolvimento pessoal”, explicou Daienne Machado, diretora de estudos e políticas sociais da Codeplan.
Vale ressaltar que a situação se agrava mais entre os moradores das cidades classificadas como de baixa renda. No Varjão, Fercal e Estrutural, mais da metade da população negra completou, no máximo, o ensino fundamental.
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