O promotor da Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Cultural (Prodema) do MPDFT, Paulo José Leite Farias, responsável por apresentar a denúncia dos envolvidos no esquema de tráfico de animais silvestres à Justiça, avalia que Pedro Henrique dos Santos, 22 anos, — estudante picado por uma cobra naja que criava ilegalmente — era o líder o grupo. Ele explicou que as provas sobre a participação dos acusados são evidentes e que as imagens não mentem. Nesta quinta-feira (3/9), a 1ª Vara Criminal do Gama aceitou a denúncia do órgão.
Para o MPDFT, ficou claro que Pedro Henrique dos Santos Krambeck Lehmkuh, liderava o esquema criminoso. Na avaliação do promotor, os estudantes de medicina veterinária envolvidos, incluindo o jovem, realizaram condutas que colocaram a sociedade em risco. “Primeiro, aprendemos desde pequeno que não se pode estar perto de animais que rastejam. Essa noção tem uma razão específica ligada a nossa cultura. Eles puseram em risco a vida de pessoas, principalmente quando estavam transportando as cobras”, disse.
“Em relação a conduta dos estudantes, mesmo que sejam pessoas em formação, os animais devem ser protegidos por esses profissionais, assim como nos hospitais temos médicos que cuidam na nossa saúdes”, completou o promotor. De acordo o MPDFT, trata-se de uma associação criminosa em que as pessoas têm o desejo de cometer delitos. “Observa-se que, por parte do Pedro, há o protagonismo, mas o suporte financeiro para custear o tráfico era dado pela mãe e pelo padrasto”, concluiu Paulo José Leite Farias.
Agora, a defesa das partes têm 10 dias para se manifestarem sobre a denúncia ajuizada. A Polícia Civil do DF (PCDF) indiciou 11 pessoas por envolvimento na atividade ilícita. Quatro foram denunciadas pelo Ministério Público. Seis pessoas terão direito ao Acordo de Não Persecução Penal, em que poderão pagar algum valor de multa, prestar serviços ou fazer cursos. O outro envolvido é o major do Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA), Joaquim Elias Costa, que foi indiciado por prevaricação, associação criminosa, fraude processual e coação no curso do processo será julgado no âmbito da PMDF.
Ao Correio, a advogada de Gabriel Ribeiro de Moura — amigo de Henrique —, Juliana Malafaia, explicou que a defesa entende que a denúncia "repete os mesmos equívocos do relatório policial e, diante da absoluta falta de provas em relação a alguns crimes, seguimos confiantes na inocência do Gabriel Ribeiro". Os advogados de Pedro, do padrasto e da mãe não se manifestou até o momento. A reportagem tenta localizar a defesa dos outros envolvidos.
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