Saúde

Secretaria de Saúde nomeia novo subsecretário de administração-geral

Sergio Luiz de Souza Cordeiro é o segundo a assumir o cargo, desde o afastamento de Iohan Struck, investigado por possíveis fraudes na compra de testes-rápidos para covid-19

Mariana Machado
postado em 04/09/2020 16:17
 (crédito: Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press)
(crédito: Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press)

Mais uma pessoa é nomeada para um dos cargos com ocupante afastado da Secretaria de Saúde após deflagração da Operação Falso Negativo, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Sergio Luiz de Souza Cordeiro, até então assessor especial do gabinete, assume a posição de subsecretário da Subsecretaria de Administração Geral da pasta.

Sergio foi exonerado do cargo de diretor do Departamento de Saúde da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), em 2013, por ter suspendido convênios de saúde da corporação. À época, o governador Agnelo Queiroz (PT) considerou o ato como um atentado gravíssimo contra os policiais militares.

Em março de 2019, ele foi nomeado diretor do Hospital Regional de Brazlândia, cargo que ocupou até junho deste ano, quando passou a ser assessor especial do gabinete da Secretaria de Saúde.

Em nota oficial, a Secretaria de Saúde informou que o servidor assume a posição de forma interina, durante afastamento de Iohan Andrade Struck, investigado pelo MPDFT por suspeita de participação em esquema de fraudes. "A pasta esclarece que os cargos comissionados são de livre provimento. Nomeações e exonerações ocorrem de acordo com a avaliação das chefias e do Governo."

Subsecretário afastado

Até agosto, o cargo de subsecretário da Subsecretaria de Administração Geral do órgão era ocupado por Iohan Andrade Struck, afastado pelo governador Ibaneis Rocha, após investigações apontarem possível envolvimento em esquema de fraude na aquisição de testes rápidos para covid-19. Após o afastamento dele, havia ocupado temporariamente a vaga Emmanuel de Oliveira Carneiro.

Iohan é o único que ainda não se apresentou às autoridades, apesar do mandado de prisão. Originalmente, a defesa alegou forte suspeita de infecção por coronavírus, o que foi descartado pelos exames.

Segundo a defesa, no entanto, ele recebeu orientação médica para permanecer em isolamento por apresentar sintomas, como febre e tosse, semelhantes aos caracterizados na covid-19. De acordo com o advogado, Alexandre Adjafre, ele vai se apresentar às autoridades quando cessarem os sintomas. Não há prazo para quando isso deva acontecer.

Na última quinta-feira (4/9), a defesa entrou com pedido de revogação da prisão preventiva, junto ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). "Existe forte elemento probatório de nenhuma participação dele, além de elementos de abuso de autoridade por parte do MPDFT que chegou a ir à casa de colega, achando que Iohan estaria escondido lá", afirma o advogado.

Suspeita de superfaturamento

Em 25 de agosto, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Procuradoria-geral de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) deflagraram a segunda fase da Operação Falso Negativo. A suspeita é de que a cúpula da Secretaria de Saúde tenha fraudado a compra de testes rápidos para detecção da covid-19. O secretário da pasta, Francisco Araújo, é um dos presos da ação.

As investigações apontam que o superfaturamento na aquisição dos insumos soma prejuízo superior a R$ 18 milhões aos cofres da saúde do DF. Além disso, segundo o Ministério Público, há fortes evidências de que as marcas dos produtos adquiridos seriam imprestáveis para a detecção eficiente da covid-19 ou seriam de baixa qualidade nessa detecção.

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