Operação Falso Negativo

Jorge Chamon é exonerado e Lacen tem diretora interina nomeada

Ele está preso na ala de vulneráveis da Papuda, suspeito de participar de esquema de fraudes na Saúde. Assume a farmacêutica e bioquímica Graziela Araújo da Silva

Mariana Machado
postado em 02/09/2020 15:05 / atualizado em 02/09/2020 15:05
 (crédito: Gil Amaro da Silva / Secretaria de Saúde)
(crédito: Gil Amaro da Silva / Secretaria de Saúde)

O Governo do Distrito Federal (GDF) decidiu exonerar Jorge Antônio Chamon Júnior do cargo de diretor do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). Por decisão do governador Ibaneis Rocha, ele estava afastado desde 25 de agosto, quando foi preso na operação Falso Negativo, suspeito de fraudes em licitações para compra de testes rápidos de covid-19.

A exoneração foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal desta quarta-feira (2/9). Quem assume a gestão agora, de forma interina, é Grasiela Araújo da Silva, farmacêutica e bioquímica da Secretaria de Saúde.

A operação deflagrada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, também resultou na prisão de outros nomes da alta cúpula da Saúde, incluindo o ex-secretário Francisco Araújo Filho, o ex-secretário adjunto de Assistência à Saúde Ricardo Tavares Mendes; o secretário adjunto de Gestão em Saúde, Eduardo Seara Machado Pojo do Rego; o assessor especial da Secretaria de Saúde Ramon Santana Lopes Azevedo. Apenas Iohan Andrade Struck, ex-subsecretário de administração-geral da Secretaria de Saúde, não está preso, alegando diagnóstico positivo para infecção por coronavírus.

Todos foram afastados pelo governador, e negam as irregularidades. As defesas recorreram ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) solicitando habeas corpus, mas o ministro relator, Rogério Schietti, concedeu a liminar apenas a Eduardo Hage.

Na última terça-feira (1º/9), os presos foram transferidos da carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE), para a ala de vulneráveis do Complexo Penitenciário da Papuda.

Outras nomeações

Para o lugar de Francisco Filho, retornou Osnei Okumoto, como secretário interino de Saúde. Ele já havia sido convidado para assumir a pasta em novembro de 2018. Em março deste ano, no início da crise sanitária, ele foi exonerado, para dar lugar a Francisco Araújo, à época, presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges). Foi quando assumiu a direção da Fundação Hemocentro de Brasília.

Como secretária adjunta, entrou Beatris Gautério que, até fevereiro, era diretora executiva do Fundo de Saúde do Distrito Federal. Criado em 1996, o sistema funciona como instrumento de administração e suporte para as ações do SUS coordenadas ou executadas pela Secretaria de Saúde do DF. Os recursos servem para cobrir as despesas da pasta.

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