A 4ª Promotoria de Justiça Criminal de Brasília denunciou 26 pessoas por organização criminosa e estelionato pela aplicação de golpes em servidores públicos aposentados do Governo do Distrito Federal (GDF) e pensionistas. A denúncia é resultado da operação Strike II, deflagrada em 5 de agosto deste ano pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), em que foram presas oito pessoas e cumpridos 25 mandados de busca e apreensão.
Segundo o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), a organização criminosa criava associações de fachada e entrava em contato com funcionários públicos aposentados, a maioria idosos, para oferecer serviços como a contratação de seguro de vida. O órgão quer, ainda, a fixação de valor como reparação dos danos causados pelos crimes praticados, considerando os prejuízos causados às vítimas.
Na ocasião, as vítimas assinavam autorização de desconto em folha sem saber do que se tratava. Em alguns casos, os criminosos sequer encontravam as pessoas, falsificando as assinaturas, como revelaram as investigações.
De acordo com a denúncia, após a entrega das “propostas” assinadas, os “corretores” recebiam 200% da mensalidade contratada pela vítima e, após alguns meses, passavam a receber mensalmente uma parcela dos descontos mensais realizados, geralmente entre 10% e 15%, formando, assim, uma carteira de clientes. A Promotoria Criminal ressalta que, embora os descontos nos contracheques fossem efetuados por sete associações de servidores públicos “de fachada”, cada uma fazia parte de grupo único, onde membros se articulavam de modo organizado.
Os integrantes da organização obtinham acesso aos contracheques dos funcionários públicos e pensionistas aposentados por meio de servidores da ativa. A participação desses funcionários é fator de aumento de pena. A operação Strike II é um desdobramento da Operação Strike I, realizada em 2018, que teve como vítimas dos estelionatos principalmente mulheres aposentadas. Há registros da ação do grupo no DF, Paraná e Minas Gerais.