A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) instaurou dois novos inquéritos nesta segunda-feira (24/8) para investigar as agressões relatadas por uma criança de 5 anos à avó e a participação da mãe das vítimas na violência doméstica. A criança disse que o padrasto, preso no último domingo por torturar um bebê de 9 meses, agredia a ela e aos irmãos com um chicote.
Ao ouvir a denúncia, a avó foi até a casa da filha de criação, constatou a agressão e chamou a Polícia Militar.
O militar que atendeu a ocorrência relatou ao Correio que a mãe e o padrasto confirmaram que o bebê tinha apanhado no domingo, mas tentaram esconder as marcas de agressões anteriores, já cicatrizadas. Segundo ele, os machucados foram feitos há pelo menos uma semana.
“O tempo todo a gente percebeu que a mãe estava tentando acobertar o padastro. Dizia que ele não agrediu não, que ele tava corrigindo. E ela estava se revoltando com os familiares, especialmente com a mãe afetiva dela. Ela dizia que a família dela era o companheiro”, relatou soldado Welington Antonio da Silva Filho.
Após a prisão, o homem foi levado até a 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá). Ele segue preso e passará por audiência de custódia nesta terça-feira (25/08) pela manhã.
A delegada que investiga o caso, Jane Klebia, disse que abriu duas outras investigações nesta segunda-feira (24/08) para apurar as agressões relatadas pela criança de cinco anos e a participação da mãe na violência doméstica. As crianças foram levadas até o Instituto de Medicina Legal (IML) para passarem por um exame de corpo de delito, assim como o bebê.
A delegada disse também que já informou à Justiça e ao Conselho Tutelar sobre o caso para garantir que as crianças sejam protegidas e, se necessário, afastadas da família. “Além das agressões, vamos esclarecer a participação da mãe para saber se ela é co-autora, já que ela sabia”, afirmou a Jane Klebia. “Ela justificou as agressões dizendo que era para corrigir as crianças”, disse a delegada ao Correio.
Pelo flagrante da tortura contra o bebê de 9 meses o homem pode ficar até oito anos preso. Mas, agora, a Polícia Civil investiga possíveis agressões contra as outras crianças e, a depender do encaminhamento, a pena pode ser agravada.
A mulher que fez a denúncia é tia biológica da jovem de 22 anos mãe das três crianças. Pessoas próximas à família contaram que ela criou a menina desde bebê, após a morte da mãe. Por isso é considerada mãe de criação da jovem e avó das crianças.