O acusado de estuprar uma criança de 6 anos confessou o crime à polícia. Em depoimento, o homem, de 52 anos, disse ter passado a mão no corpo da vítima, inclusive nas partes íntimas. Alegou, ainda, que, nem sempre a menor estava dormindo, mas permanecia acordada no momento dos atos. O Correio flagrou o momento da prisão do autor, na madrugada desta quinta-feira (20/8). Ele permanece detido na Divisão de Controle e Custódia de Presos (DCCP) na carceragem da Polícia Civil.
A criança é neta da ex-companheira do acusado. No dia do crime, em 11 de agosto, a avó o flagrou acariciando as partes íntimas da menina. Ao ser confrontado, ele desconversou e disse que estava apenas cobrindo a menor. No dia seguinte, a avó o questionou novamente, mas ele pulou a janela da residência e fugiu.
Durante o interrogatório, o homem tentou justificar o ato, alegando que fez isso por “sem vergonhice” e por ter se afastado da igreja. O acusado relatou que conheceu a avó da criança quando tinha 18 anos, oportunidade em que tiveram um breve relacionamento. A avó tem dois filhos e, de acordo com o autor, ele não se entendia com uma delas, a mãe da vítima.
Ao ser questionado pelas autoridades policiais sobre a vítima, ele respondeu que “nunca fez a mal” e confessou ter passado a mão em todo o corpo da menor, mas que nunca chegou a penetrar.
Outras vítimas
A polícia acredita que o acusado tenha feito, pelo menos, mais outras duas vítimas. Uma delas é a própria sobrinha, de 18 anos. À época dos abusos, ela tinha 6 anos. Em depoimento, a jovem disse ter se recordado de um dia em que estava deitada no sofá, no momento em que o tio teria colocado a mão dentro do vestido e tocado as partes íntimas. Após isso, a menina se levantou, assustada, e correu.
O Correio apurou que o suspeito trabalhava desde 2017 como motorista administrativo de uma instituição vinculada à creche. Contudo, ele não tinha acesso às crianças do estabelecimento, como explicou ao Correio uma supervisora do local. “Ele atuava no escritório da empresa, recolhia doações, mas não tinha, de maneira nenhuma, contato com nenhuma criança”, afirmou.
Segundo ela, o suspeito havia pedido licença na semana passada, mas a folga estava prevista na escala. “Quando os agentes nos perguntaram: 'E se ele não voltar para trabalhar, o que acontecer?'. Respondemos que 15 dias de falta sem justificativa de qualquer funcionário, a instituição pede a solicitação para o comparecimento do mesmo e, em 30 dias de falta sem justificativa, é realizado o desligamento por abandono de emprego. Entreguei a ficha de empregado dele aos policiais”, acrescentou.
No entanto, na mesma semana do ocorrido, a presidente da instituição decidiu demitir o acusado. “No mesmo dia que o caso repercutiu, ele mandou um áudio dizendo que queria pedir conta, mas a própria presidente se antecedeu e o desligou da empresa”, finalizou.
Por meio de nota oficial, a Secretaria de Educação esclareceu que cobrou esclarecimentos da instituição e que os responsáveis pela creche afirmaram que o funcionário já foi demitido. “A pasta mantém uma comissão gestora para acompanhar de perto o atendimento das instituições parceiras às comunidades. Nas visitas semanais são verificadas, entre outras, questões pedagógicas e administrativas”, informou o órgão.