Com o objetivo de assegurar a saúde da população, o Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde oferta vários tipos de vacinas imunobiológicas que seguem um calendário específico para aplicação. A vacinação inicia com os recém-nascidos e segue ao longo da vida, conforme o controle epidêmico.
Doenças como poliomielite, rubéola, tétano e coqueluche foram erradicadas no Brasil após a vacinação massiva da população, de acordo com levantamento do Ministério da Saúde. No Distrito Federal, a aplicação das vacinas é feita em 120 unidades de Saúde espalhadas pelas regiões administrativas.
Em resposta rápida ao surto, em agosto de 2019, o Ministério da Saúde instituiu a dose zero, que é destinada às crianças de seis a 11 meses, público-alvo mais suscetível à doença. Além dessa vacina, os pais e responsáveis devem levar os filhos para tomar a primeira dose da tríplice viral aos 12 meses e a segunda dose aos 15 meses.
De acordo com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, um agravante em relação ao surto de sarampo é a baixa cobertura vacinal. Segundo levantamento da pasta, no primeiro quadrimestre do ano, 8.208 crianças com menos de um ano foram vacinadas contra a doença na capital. O número representa apenas 55,8% da cobertura vacinal no DF. "O ideal é que, pelo menos, 95% dos bebês estejam vacinados", ressalta Fernanda Ledes, enfermeira técnica da área na Secretaria de Saúde.
Além das crianças, pessoas entre 20 a 49 anos devem tomar uma dose extra da vacina. Essa faixa etária é prioridade na quarta fase da Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo, que se iniciou em 23 de março e foi prorrogada para 31 de agosto.
Independente de quantas doses já tenha tomado, é importante tomar outra, desde que não tenha sido nos últimos 30 dias. “O objetivo é eliminar a circulação do sarampo no Brasil, que está em surto ativo e tem tido casos especialmente entre pessoas de 20 e 49 anos”, informou Fernanda Ledes. De acordo com a especialista, dos cinco registros positivos da doença no Distrito Federal em 2020, quatro estão nessa faixa etária.
HPV
Com baixa procura, outro alerta da Secretaria de Saúde é para a vacinação contra o papilomavírus humano (HPV). Além de causar câncer no colo do útero, no pênis, na laringe e no ânus, a infecção preocupa por também se manifestar de forma assintomática. Além disso, é possível que uma pessoa sem sinais de contaminação transmita o vírus a outras pessoas por meio da relação sexual.
No Distrito Federal, é possível encontrar doses da vacina contra o HPV nas unidades básicas de saúde (UBSs). O público-alvo são meninas entre 9 e 14 anos, além de meninos de 11 a 14 anos. A imunização ocorre por meio de aplicação de duas doses, com intervalo de seis meses entre elas.
Porém, a cobertura vacinal desses dois grupos está em queda. De 2013 a 2019, 47,8% das meninas receberam as duas doses. De 2017 a 2019, apenas 28,4% dos meninos foram imunizados. A medicação injetável protege contra quatro tipos do vírus.
Tétano
Outra infecção bacteriana para a qual os órgãos de Saúde chamam atenção para manter a vacinação em dia é contra o tétano. Causada pela bactéria Clostridium Tetani, a infecção geralmente é transmitida através de lesões na pele que entram em contato com alguma superfície contaminada. A toxina produzida pela bactéria ataca, principalmente, o sistema nervoso central. Se não for tratado corretamente, pode matar.
A imunidade em relação ao tétano é feita através da vacinação. Recomenda-se três doses da vacina pentavalente (2, 4 e 6 meses de idade) e dois reforços com a vacina DTP (aos 15 meses e outra aos 4 anos de idade). É necessário a cada 10 anos um reforço com a vacina dupla adulto (dT). Para as gestantes é necessário aplicar uma dose dT para cada gestação.
Bruna Granato, da área técnica da vigilância epidemiológica da Secretaria de Saúde, afirma que a melhor maneira de prevenir a doença é manter o cartão vacinal em dia. “É preciso uma maior conscientização da população sobre a importância da vacina, já que é o único meio de prevenção da doença e está disponível a todos”, afirma.
Raiva animal
Campanha de vacinação antirrábica é adiada no Distrito Federal. A imunização de cães e gatos contra a raiva animal estava prevista para iniciar em 29 de agosto, no entanto, a Secretaria de Saúde adiou para 3 de outubro. A primeira fase está concentrada na aplicação da vacina na área rural. De acordo com a pasta, serão instaladas 200 pontos fixos e volantes localizados em unidades básicas de saúde (UBSs), escolas, residências, comércios e outros estabelecimentos.
Na zona urbana, a campanha ocorre nos dias 24 e 31 de outubro e 7 de novembro, por meio de postos fixos em UBSs, Núcleos de Inspeção Sanitária, escolas, comércios, postos policiais e outros estabelecimentos. Serão 1.640 pontos de vacinação, com horário de atendimento das 9h às 17h.
Para o gerente de animais vertebrados da Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival), Rodrigo Menna, a alteração da data teve como objetivo minimizar as dificuldades geradas pela pandemia da covid-19 e proporcionar um melhor atendimento à população.
“Considerando a própria pandemia e a questão dos insumos as datas foram postergadas, mas a alteração não traz nenhum prejuízo à população. Pelo contrário, foi feita para proporcionar o melhor serviço possível”, destacou Rodrigo Menna.
Com mais tempo, também será possível finalizar a capacitação de aproximadamente 300 agentes terceirizados. Eles foram chamados por contrato temporário para atuarem no combate contra a dengue, mas também participarão da Campanha Anual de Vacinação Antirrábica. A equipe já iniciou o curso teórico desde a semana passada.
Veja o calendário de vacinação completo