O Comitê Gestor do Plano de Contingência em Saúde da Covid-19 (Coes) da Universidade de Brasília (UnB) divulgou, nesta segunda-feira (17/8), um boletim com informações sobre as ações do grupo. O documento destaca a situação da pandemia no Brasil, com mais de 107 mil mortes e 3,3 milhões de casos confirmados.
Em relação à situação do Distrito Federal, o boletim aponta um cenário de "recordes diários de óbitos, com alta taxa de lotação de leitos clínicos e críticos". "Principalmente na rede privada de atenção especializada, em um momento que se promove, pela gestão distrital, a flexibilização das medidas de distanciamento social, como defendido pelo Governo Federal", diz o relatório.
Para auxiliar no monitoramento dos casos, a UnB reformulou um aplicativo para vigilância participativa. Por meio do Guardiões da Saúde, as equipes de pesquisadores podem promover busca ativa de infectados na comunidade e acompanhar a evolução desses casos. Sintomáticos podem registrar o estado de saúde diariamente e acompanhar como está a situação com pessoas de locais próximos.
Outra proposta voltada à comunidade são os grupos terapêuticos para familiares de vítimas da covid-19. Entre 6 de julho e 11 de agosto, o Departamento de Psicologia Clínica da UnB realizou seis encontros, com três grupos separados por faixa etária. Os integrantes eram do DF e de outras cinco unidades da Federação. O objetivo é permitir que os participantes compartilhem como receberam a notícia sobre a contaminação do familiar, além das dificuldades e estratégias que encontraram para lidar com o luto.
No âmbito das ações no campus, a universidade tem feito manutenção das instalações sanitárias de 38 prédios. Na última semana, os trabalhos ocorreram em banheiros de cinco locais, o que corresponde a 13% da demanda prevista para a segunda etapa. Alguns pontos ainda aguardam orçamento da empresa responsável pelas intervenções.
O Coes-Covid/UnB elaborou um guia com orientações para a população em caso de contaminação pelo novo coronavírus. O grupo de pesquisadores reforça a recomendação para higienização constante das mãos, o uso de máscaras e o distanciamento social. Acesse o link para conferir as orientações.
A covid-19 pelo mundo
Na análise de outros países, o comitê destaca a situação de nações como Butão, Bangladesh e Irã, onde a disseminação da doença preocupa as autoridades. "No continente africano, a África do Sul destaca-se pela maior incidência de casos, bem como maior número de óbitos para a região. Contudo, praticamente em todo o território há casos de covid-19 identificados. Mesmo com a deficiente estrutura laboratorial para suportar os sistemas de saúde a confirmar os casos em diferentes nações, a região tem recebido doações por diversas fontes para a detecção de casos, com frenética tentativa da identificação e quebra de cadeias de transmissão", observa o documento.
Em relação à Europa, o boletim aponta a possibilidade de registro de uma segunda onda. A expectativa é de fechamento de escolas, atraso na volta às aulas em universidades. O continente americano, contudo, é o que mais gera alerta. "Os Estados Unidos continuam a ser o país protagonista em contingente de casos e óbitos. Mesmo em Nova York, a situação continua a piorar, pois nesse estado 88% dos pacientes que precisaram de uso de respiradores nos leitos hospitalares evoluíram para óbito", salienta o texto.
Na América do Sul, o Coes-Covid/UnB menciona a falta de controle da pandemia em países como Equqador, Peru, Chile, Bolívia e Argentina. "O Brasil continua a contribuir com contínua alta incidência de casos e milhares de óbitos diários de forma sustentada. Essa situação é reflexo da falta de políticas públicas nacionais fortes para o combate à covid-19. Em nosso país, a epidemia é alimentada por diversos momentos entre os estados brasileiros e, atualmente, o Centro-Sul encontra-se o responsável pela maior proporção de casos", indica o relatório.