A força-tarefa do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), criada para acompanhar as ações de enfrentamento à covid-19 na capital, encontrou problemas no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ceilândia. A vistoria, realizada na primeira semana de agosto, identificou complicações como insuficiência de leitos e dificuldade no manejo de pacientes.
Em Santa Maria, a força-tarefa encontrou falta de leitos de enfermaria, dificuldade de transferência de pacientes sem o novo coronavírus e indisponibilidade do serviço de hemodiálise. Na UPA de Ceilândia, havia dificuldade no transporte dos internados e demora na liberação de leitos pelo sistema da Secretaria de Saúde.
Todas as dificuldades encontradas foram encaminhadas à Secretaria de Saúde, por meio de requisição. O MPDFT cobra esclarecimentos sobre as dificuldades encontradas. Além disso, a força-tarefa quer saber qual é a orientação da pasta para os comerciários da região de Santa Maria, que buscam o hospital para a realização de testes.
“A exigência não faz parte do decreto distrital (nº 40.939/2020) que trata do enfrentamento à pandemia no Distrito Federal, mas tem ocorrido por empregadores como condição para o retorno ao trabalho”, ressaltou o órgão.
O Correio entrou em contato com a Secretaria de Saúde, entretanto, não recebeu resposta até a mais recente atualização desta publicação.
Sobrecarga
A força-tarefa encontrou na UPA de Ceilândia falta de remédios básicos e sedativos. O MPDFT considerou que o HRSM tem boa estrutura física e recursos humanos, entretanto, a unidade recebe grande demanda de pacientes infectados pela covid-19, o que causa sobrecarga.
O órgão considerou que, após a retomada comercial, decretada pelo Executivo, houve aumento de pacientes. “Os trabalhadores do comércio comparecem ao pronto-socorro apenas para realização do teste periódico para covid-19 ou para receberem o atestado médico exigido pelos empregadores. A presença desses pacientes satura a emergência, o que aumenta o tempo de espera daqueles que realmente estão doentes”, destacou texto emitido pelo órgão.
O MPDFT também constatou, assim como em outras unidades de saúde, a sobrecarga agravada pela demanda de atendimentos de menor complexidade, que deveriam ser tratados em unidades básicas de saúde (UBSs).