Perícia realizada no computador de Anderson Rocha Alves, 35 anos, forneceu informações à 4ª Delegacia de Polícia (Guará) que indicam que o morador do Guará poderia estar envolvido com estelionato. Além dos indícios que corroboram com a versão de que a vítima teria sido morta por pagar uma dívida de tráfico com dinheiro falso, especialistas encontraram informações quanto à clonagem de cartões e uso de dados para pequenos golpes on-line. O homem foi executado em 19 de junho, por uma organização criminosa, e teve o corpo queimado, esquartejado e descartado em bueiros do Guará.
Apuração inicial indica que Anderson realizava a compra e venda de cédulas falsas, com o objetivo de sustentar o vício em drogas. Ele também poderia estar ajudando outros usuários na prática de pequenos golpes, cobrando para tanto uma pequena porcentagem no lucro ilícito obtido. Testemunhas ouvidas pela investigação alegam que o assassinato do morador do Guará ocorreu após ele dar o dinheiro adulterado para a quadrilha comandada por Carlos Alberto Lacerda Alves, o "Mancha".
O líder da organização deu a ordem a outros traficantes para a execução. Investigação da 4ª DP identificou que os suspeitos comandavam a boca de fumo da Biqueira, localizada próximo à QI 9 do Guará, na área verde entre a linha do trem que corta a cidade e o ParkShopping. Em 4 de agosto, policiais cumpriram sete mandados de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão. No dia, dois dos envolvidos no crime acabaram detidos.
Na última sexta-feira (7), um dos cinco foragidos foi capturado, em Águas Lindas de Goiás: Rogaciano Rodrigues Cruz, conhecido como Wolwerine. Os demais acusados, incluindo Mancha, são procurados. São eles: Diego Queiroz Soares, conhecido como Gordinho ou DG; Lucas Rodrigues Miranda, conhecido como Lukinhas ou Sombra; e Jadson de Santana Santos, conhecido como Jackson ou Tochinha. Denúncias anônimas podem ser realizadas pelo 197.
Jurado de morte
Um dos suspeitos da execução, Jadson de Santana Santos, o "Tochinha", ainda estaria escondido no Distrito Federal. O jovem teria sido o primeiro a informar sobre o assassinato de Anderson Alves, até mesmo para a família dele, que procurou a 4ª DP. Por ter sido "X9" (termo para delator), ele acabou jurado de morte pelo grupo.
A história sobre o homicídio do morador do Guará veio à tona quando Jadson passou por um churrasquinho na cidade. O jovem passou mal com o cheiro da comida, dizendo que teria lembrado do que ele e a quadrilha tinha feito com Anderson após a execução.
Jadson tem passagens pela polícia desde os 14 anos, e ganhou o apelido de "Tochinha" depois que tentou matar uma pessoa ateando fogo nela. Ele é considerado perigoso e, por isso, quem tiver quaisquer informações sobre o paradeiro dele pode acionar a Polícia Civil.