Educação

Pais e professores pedem volta às aulas

Pais, empresários, professores e demais funcionários da rede particular de ensino do Distrito Federal fizeram um protesto, ontem, pedindo a volta às aulas. A concentração foi em frente ao Colégio Militar, onde colocaram balões e cartazes nos veículos e, posteriormente, saíram em carreata pelo Eixo Monumental.

Pelo menos 600 veículos participaram da manifestação. Eles levaram até o Palácio do Buriti e a Câmara Distrital mensagens como “Quero enfrentar o vírus sem passar fome!” “Quero trabalhar como as outras profissões” e “Até os bares estão abertos e as escolas não”. A manifestação foi puxada por um carro de som que, ora tocava o Hino Nacional, ora entoava o protesto com frases como “as escolas estão preparadas e os professores precisam trabalhar”.

Na quinta-feira, as escolas chegaram a abrir com uma série de protocolos de higiene e segurança. Mas, no fim daquele dia, uma decisão da Justiça impediu o retorno à escola. A decisão de proibir as aulas atendeu ao pedido do Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal e no Tocantins (MPT-DF/TO).

A determinação é a de que as instituições de ensino permaneçam com as atividades suspensas até que saia uma sentença sobre a ação civil pública que trata do tema. O GDF tem dez dias para se manifestar sobre a ação. As escolas estão fechadas desde o dia 11 de março como medida de sanitária contra a disseminação do novo coronavírus.

Críticas

Adriano Bazzo, 49 anos, proprietário de um centro de ensino, disse que o vai e vem de decisões gera “insegurança jurídica”. Ele argumenta que as escolas estão preparadas para a volta às aulas, mas que é preciso uma definição sobre o assunto. “Também precisamos considerar o prejuízo psicológico dos alunos e a insegurança dos pais que precisam trabalhar”, comenta.

Servidor público federal e pai de duas crianças em idade escolar, Fábio da Costa levou os filhos para a manifestação. “Além da questão psicológica, que não é fácil cuidar das crianças em casa, a gente acaba tendo despesa extra, porque tem que contratar babá e é realmente um período muito difícil pra todo mundo. A gente sabe que a escola está preparada para receber, sabe que não são todos os pais que se sentem confortáveis, mas é uma opção né? O que acontece é que a Justiça não está dando liberdade pra gente fazer nossa escolha”, disse.

O professor de inglês Pedro Santos Fraga, 23 anos, morador de Vicente Pires, também mostrou indignação com a decisão da Justiça. “É um absurdo o professor ser proibido de trabalhar, o aluno ser proibido de estudar. Não dá pra entender tirar o direito do aluno de ir para a escola, de ter uma aula presencial decente. Estamos sendo proibidos de fornecê-los isso,” disse