O assessor parlamentar Caio Ericson Ferraz Pontes de Mello, de 32 anos, já foi autuado duas vezes pelo Departamento de Trânsito (Detran-DF) por alcoolemia ao volante. Os casos ocorreram em 2008 e em 2010, confirmou uma fonte ao Correio, na tarde desta quarta-feira (19/8). O morador do Jardim Botânico atropelou duas pessoas na madrugada do último domingo (16/8), na QI 19 do Lago Sul. Uma das vítimas foi arrastada por 4 quilômetros, perdeu uma mama e teve de amputar a mão esquerda.
O prontuário de habilitação de Caio Ericson revela um histórico de infrações de trânsito, quase sempre cometidas durante a madrugada. Entre elas, há duas por dirigir alcoolizado e pelo menos 10 por excesso de velocidade.
O primeiro flagrante por dirigir alcoolizado foi às 2h15 de 1º de novembro de 2008, cinco meses após a Lei Seca começar a vigorar no Brasil. Ele transitava pela contramão da via, perto do Marina Hall, quando foi abordado pela fiscalização. Dois anos e um mês depois, em 21 de janeiro de 2010, Caio caiu novamente na blitz da lei seca, dessa vez, no Setor de Clubes Sul, próximo ao Pier 21. Era 1h10 da madrugada.
No prontuário de Caio, consta ainda que, em 14 de maio, quatro meses após o último flagrante de alcoolemia, os radares flagraram três infrações por excesso de velocidade, todas por volta das 4h. Também há registro de multas por dirigir falando ao celular, estacionamento irregular e avanço de sinal vermelho.
Com as informações obtidas pelo Correio, não é possível afirmar que as multas por avanço de sinal, excesso de velocidade e estacionamento em local proibido tenham sido cometidas por Caio. O fato é que, se outra pessoa dirigia o veículo, ele não procurou os órgãos de trânsito para transferir as multas que ainda constam no nome dele.
A reportagem entrou em contato com a defesa de Caio Ericson. A advogada Ana Carolina Alipaz esclarece que "estamos acompanhando as investigações e averiguando todas as informações e nos manifestaremos em momento adequado, posteriormente."
Fuga após colisão
Em depoimento na tarde de terça-feira (18), o assessor afirmou não ter bebido ou usado drogas antes do acidente que resultou no atropelamento do motoboy Douglas Gonçalves dos Santos, 20, e da mulher dele, Paula Thais Gomes Oliveira, 18, que estava na garupa. Ainda, o suspeito alegou ter sofrido um “apagão” após deixar um restaurante, próximo ao Lake Side.
O acusado bateu na traseira da motocicleta de Douglas em um radar de velocidade, na QI 19 do Lago Sul. O jovem parou embaixo do VW Up! de Caio Ericson que, em vez de prestar socorro às vítimas, acelerou para fugir do local. Ele passou por cima das pernas do motoboy e deixou a área com Paula Thais no capô do veículo.
A mulher se segurou ao automóvel com a mão direita, mas o lado esquerdo do corpo se arrastou pelo trajeto realizado pelo suspeito. Na QI 23, ela caiu ao chão ao perder as forças. Ela foi socorrida em estado gravíssimo ao Hospital de Base, onde precisou passar por cirurgia para reconstrução da mama esquerda. Médicos também realizaram um procedimento na mão esquerda da vítima, mas, por conta do rompimento de ligação, o membro precisou ser amputado, na segunda-feira (17/8).
Investigadores da 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul) identificaram Caio Ericson e encontraram o veículo dele em uma oficina no Guará. O carro estava com a frente completamente amassada e com ferragens soltas. Agentes observaram ainda marcas de unha pelo para-choque. Especialistas do Instituto de Criminalística (IC) realizam a perícia do automóvel.
Agora, os agentes buscam imagens de câmeras de segurança da região do acidente para identificar a dinâmica do caso. São procuradas filmagens desde a QI 19 à 23, que mostrarão a colisão, ePaula Thais sendo levada pelo VW Up! do assessor parlamentar. Além disso, o exame pericial poderá determinar a velocidade que o motorista estava no momento da batida e ao fugir do local.
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