Uma ação do DF Legal, junto às forças de segurança do Distrito Federal, realiza a derrubada de construções no Assentamento 26 de Setembro, nesta quarta-feira (19/8). A operação teve início na terça (18/8) e continua. Em nota oficial, o órgão informou tratar-se da retirada de obras em fase inicial e cercamentos, "não havendo motivo para a população oferecer resistência, pois, nesta fase, as ações não atingirão casas habitadas, sobretudo considerando a pandemia da covid-19."
Não foi o que aconteceu com Shirley da Silva, 41 anos. A vendedora, que mora no local há mais de um ano, ficou alerta para as operações. Na terça-feira, ela chegou a ser informada de que não teria a casa derrubada.
Hoje, no entanto, por volta das 10h45, agentes do DF Legal e da Polícia Militar ordenaram que ela saísse da residência para prosseguir com a derrubada. “Minha casa não é nova, tem mais de um ano que está aqui. Todo mundo aqui sabe”, contesta.
À reportagem, ela disse que o lugar já estava todo mobiliado. “Eu estava em casa com tudo dentro: cama, fogão, botijão de gás. Tudo instalado, a encanação instalada, o chuveiro, as roupas, comprovando que eu morava lá.” Emocionada, acrescentou: “Estou pensando no que vou fazer. Vou ter que deixar as coisas na casa da minha amiga.”
Um vídeo gravado por moradores durante as ações de terça-feira mostram um momento de confusão, quando agentes iniciam a derrubada de uma edificação. Lá dentro, haveria uma mulher grávida, acompanhada de crianças. Nas imagens, é possível ouvir gritos de “Tem gente aí e vocês estão derrubando. Isso aí é uma injustiça.” Também é possível ouvir o barulho de tiros.
A Polícia Militar está no local e afirmou que moradores montaram uma barricada e começaram a atirar pedras contra a tropa. Diante disso, foi necessário utilizar bombas de efeito moral, para conter os manifestantes. Foi nesse momento que Luzimar de Souza, 47 anos, acabou atingida por um estilhaço. O Corpo de Bombeiros prestou atendimento.
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