A 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul) busca imagens de câmeras de segurança para apurar a dinâmica do atropelamento que deixou duas vítimas, no Lago Sul, na madrugada do último domingo (16/8). O motorista, o assessor parlamentar Caio Ericson Ferraz Pontes de Mello, de 32 anos, colidiu na traseira da motocicleta do motoboy Douglas Gonçalves dos Santos, 20 anos, que teve ferimentos leves. A mulher dele, que estava na garupa, Paula Thais Gomes Oliveira, 18, está internada em estado gravíssimo no Hospital de Base. Ela perdeu o seio esquerdo e teve a mão esquerda amputada.
Caio Ericson conduzia um VW Up! branco quando bateu na moto de Douglas, na altura do radar de velocidade da QI 19. O homem parou embaixo do veículo, que acelerou logo após o acidente. O suspeito deixou o local em alta velocidade, conforme relato de testemunhas, passando por cima das pernas do jovem. No capô do carro, Paula Thais tentava se segurar para não cair na via. Contudo, teve o lado esquerdo do corpo arrastado por cerca de 4 quilômetros, até a QI 23.
Policiais civis realizam trabalho de campo para conseguir filmagens de todo o trajeto realizado pelo assessor, desde a colisão até o momento que Paula Thais caiu na rodovia. Desse modo, os investigadores poderão determinar toda a dinâmica do crime, assim como analisar se o motorista estava acima da velocidade máxima da via, que é de 70 km/h.
A perícia de local e veicular, realizada por especialistas do Instituto de Criminalística (IC), também auxiliará na apuração do caso. A análise poderá ou não confirmar a versão prestada pelo motoboy, e por outras duas testemunhas, amigas das vítimas, que faziam o mesmo trajeto no momento do crime. Paula Thais ainda não prestou depoimento, por conta do estado de saúde.
Em entrevista ao Correio, o delegado Wellington Barros, chefe da 10ª DP, explica que "aguardamos que a jovem apresente evolução no quadro de saúde e que se sinta confortável. Apenas nesse momento é que conversaremos com ela. Ela perdeu um membro e está completamente traumatizada. A última coisa que queremos é impor um sofrimento maior à vítima."
"Apagão"
Na terça-feira (18/8), policiais civis identificaram o motorista acusado de provocar a colisão e encontraram o veículo dele em uma oficina do Guará. Caio Ericson foi intimado a comparecer à unidade policial para prestar esclarecimentos, e se apresentou no início da tarde.
Em depoimento, o assessor parlamentar disse que retornava para casa, no Jardim Botânico, do restaurante Camarões, próximo ao condomínio Lake Side. Ele afirma ter tido um "apagão" e, portanto, não se lembrar de qualquer momento do acidente e, sequer, de ter colidido contra a motocicleta no Lago Sul.
Ao Correio, advogada Ana Carolina Alipaz, responsável pela defesa do acusado, explica que ele está colaborando com as investigações e que está à disposição das vítimas. "Caio está em estado de choque com o ocorrido, e está muito abalado, pois jamais teve a intenção de ocasionar danos a qualquer pessoa. Ele está com grave depressão, passando por um divórcio e tomando medicações fortes. Ainda, ele não bebeu ou usou qualquer droga antes do caso", esclarece.
"Caio estava inconsciente no momento do acidente e não se lembra do ocorrido. Temos de aguardar maiores detalhes das investigações. Mas ele está totalmente solidário à vítima e aos familiares dela", finaliza a advogada.
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