A guerra contra a violência no trânsito perdeu um grande soldado nesta segunda-feira (17/8). O ex-diretor-geral do Detran, Luis Miúra, morreu na manhã de hoje. Miúra comandava o Detran quando o Distrito Federal colocou em prática o maior e mais importante projeto para conter a selvageria nas ruas do Distrito Federal: a Campanha Paz no Trânsito.
Miúra era apaixonado pelo tema e carregava um orgulho danado de ter implantado as ações que resultaram em menos menos vidas perdidas. O respeito à faixa de pedestres, a instalação de radares para coibir o excesso de velocidade, a cobrança do uso do cinto de segurança mesmo dentro das cidades são algumas das ações que implementou.
Em 2015, ele recebeu a equipe do Correio em sua casa e revelou um verdadeiro acervo sobre o seu trabalho na busca pela mobilidade mais segura. O arquivo continha recortes de jornal, acompanhamentos estatísticos de monitoramento dos acidentes e mortes, entre outros documentos. Foi uma tarde inteira de conversa regada a café com biscoitos e sucos. Se tempo houvesse, não faltaria assunto para mais de um dia.
Entre as histórias, Miúra relatou a apreensão dele e da equipe de governo quando começou a cobrança de respeito à faixa. Ele confessou não ter dormido na noite que antecedeu o 1º de abril de 1997. Sim, no dia da mentira, o motorista brasiliense começou a parar para o pedestre na faixa e os pedestres passaram a atravessar no equipamento de segurança.
Em nota divulgada pelo Departamento de Trânsito do Distrito Federal, o diretor-geral do órgão, Zélio Maia, destacou a importância do trabalho realizado Miúra. O texto frisa ainda que antes de Miúra, faltavam dados estatísticos, por isso Miúra trabalhou pela sistematização das informações sobre acidentes e dobrou o efetivo de agentes e de viaturas. “Um dos grandes aprendizados que o Miura nos deixa é que o trânsito precisa ser mais humano. Ele pensava muito na vida das pessoas no trânsito e atuava no sentido de protegê-las. Miura sempre esteve à frente do seu tempo, visionário e corajoso, ele criou, participou e apoiou ações extremamente importantes para a história do trânsito do DF e de outros Estados. A ele, o nosso eterno muito obrigado”, disse Zélio Maia.
Miúra tinha 71 anos e morreu em decorrência de um câncer. O corpo dele será cremado nesta terça-feira (18) em Valparaíso. Ele era casado com Catharina Shisuka Fukushima e deixa três filhos.
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