A pesquisadora e professora da Universidade de Brasília (UnB) Débora Diniz se manifestou sobre o caso da menina de 10 anos que engravidou do tio, 33, no Espírito Santo. Em publicações nas redes sociais, a docente afirmou que a criança "tem o direito de interromper esta gestação e não sofrer pressão religiosa do Estado".
Além do posicionamento, Débora criticou a postura da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves. "Menina de 10 anos é violentada desde os 6. Está grávida de um estupro. Ministra Damares quer oferecer 'ajuda'. Há pressa aqui. Pressa em cuidar de uma frágil menina vítima de tortura", escreveu Débora.
Menina de 10 anos é violentada desde os 6. Está grávida de um estupro. Ministra Damares quer oferecer “ajuda”.
— Debora Diniz (@Debora_D_Diniz) August 13, 2020
Há pressa aqui. Pressa em cuidar de uma frágil menina vítima de tortura. Ela tem o direito de interromper esta gestação e não sofrer pressão religiosa do Estado.
Ela continua dizendo que "estupro aos 10 anos destrói a vida de uma menina. Gravidez aos 10 anos, mata uma menina. O aborto é um direito. Essa menina não precisa de “ajuda”. Aborto legal e seguro."
Estupro aos 10 anos destrói a vida de uma menina. Gravidez aos 10 anos, mata uma menina. O aborto é um direto. Essa menina não precisa de “ajuda”. Aborto legal e seguro. #gravidezaos10mata
— Debora Diniz (@Debora_D_Diniz) August 13, 2020
O caso foi registrado em São Mateus (ES). A menina deu entrada em um hospital no último sábado (8/8) com suspeita de gravidez. A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) foi acionada e passou a investigar os fatos. As diligências foram conduzidas pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de São Mateus com o apoio da delegacia da cidade e do conselho tutelar.
Nesta quinta-feira (13/8), os investigadores indiciaram o tio da vítima. O homem, 33, é suspeito pela prática dos crimes de ameaça e de estupro de vulnerável, ambos praticados de forma continuada, por cerca de quatro anos.
Agentes chegaram a se deslocar a um município da Bahia, onde o suspeito tem parentes. No entanto, ele não foi encontrado e segue foragido da Justiça.
Revolta
O caso da gravidez da menina gerou grande movimentação nas redes sociais. O termo "estuprada" e a hashtag #gravidezaos10mata estiveram entre os dez assuntos mais comentados no Twitter Brasil durante esta sexta-feira (14/8).
Diversos internautas manifestaram revolta e saíram em defesa da criança. Uma petição on-line chegou a ser aberta pedindo mais rapidez na análise do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES). O órgão irá definir se a menina poderá ou não interromper a gravidez.
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