VIOLÊNCIA

"Crime cruel e macabro", diz cunhada de cabeleireiro espancado até a morte

Dimas Pereira, 48 anos, foi encontrado na manhã de terça-feira (11/8), espancado e desacordado. Ele chegou a ser levado ao Hospital Regional de Ceilândia, mas não resistiu aos ferimentos e morreu

Sarah Peres
postado em 13/08/2020 18:21 / atualizado em 14/08/2020 16:32
 (crédito: Redes Sociais)
(crédito: Redes Sociais)

"Encontrado em casa, agonizando ao chão. Uma cena que parecia ter vindo de um filme de terror. O que fizeram com o Dimas (Pereira) foi cruel e macabro. Estamos consternados com o que ocorreu e, agora, apenas desejamos que a justiça seja feita." Esse é desabafo da diarista Adriana Lemos da Silva, 37 anos, cunhada do cabeleireiro espancado até a morte entre a noite de sexta-feira (7/8) e a madrugada de sábado (8/8). A vítima foi encontrada apenas na terça (11/8), em casa, na M Norte, em Taguatinga.

Natural de Canto do Buriti (PI), Dimas, 48, chegou ao Distrito Federal há cerca de 30 anos. De família pobre, é o mais velho de três irmãos. Ele decidiu escrever a própria história na M Norte. Na região, criou laços com os moradores locais, sendo querido e admirado como profissional e pessoa. Assumidamente homossexual, o cabeleireiro defendia a causa LGBTQ+.

"Dimas era carinhoso, bondoso e atencioso com todos. Era lembrado por ser divertido e receber a todos com um sorriso no rosto. Criava vínculos com as clientes do salão do qual, com muito esforço e luta, se tornou sócio. Ele era uma pessoa extremamente responsável e, por isso, quando houve o sumiço (na sexta-feira), todos nos preocupamos", relata Adriana. 

A sócia do cabeleireiro, acompanhada de mais um amigo da vítima, acionou o Corpo de Bombeiros quando  chegou à residência do amigo. "Ela viu a chave da casa jogada pela janela. Naquele momento, a sócia percebeu que tinha algo muito errado e chamou o socorro. Quando houve a notícia do espancamento e, depois, da morte do Dimas, ninguém conseguiu acreditar", relembra a diarista. 

"É uma angústia tão grande saber que o Dimas, uma pessoa que sempre gostou de brilhar, ter sido assassinado. Espancaram-no brutalmente, deixando-o para morrer, sem qualquer possibilidade de pedir ajuda. Estamos consternados e revoltados. Infelizmente, agora, só nos resta lembrar dos momentos tão bons que vivemos juntos", lamenta a cunhada, emocionada. 

Sem dinheiro, familiares e amigos da vítima se mobilizaram para angariar doações para realização do velório e sepultamento, que ocorre no sábado (15/8), no Cemitério de Taguatinga. A cerimônia fúnebre se inicia às 8h, na Capela 4. Às 11h, o corpo de Dimas será enterrado. Inicialmente, o funeral estava marcado para esta sexta-feira (14), mas precisou ser reagendado. 

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