VÍDEO: PM diz que foi afastado por ser a "parte mais fraca" no caso da naja

Major Joaquim Elias Costa Paulino foi afastado do cargo de Comandante do Batalhão Ambiental por possível favorecimento aos investigados no caso de tráfico de animais

» JAQUELINE FONSECA
postado em 06/08/2020 18:12
A naja que picou Pedro ainda está no zoológico de Brasília. -  (crédito: Ivan Mattos/Zoológico de Brasília)
A naja que picou Pedro ainda está no zoológico de Brasília. - (crédito: Ivan Mattos/Zoológico de Brasília)

O Comandante da Polícia Militar Ambiental, afastado do Batalhão por possível favorecimento aos investigados por tráfico de animais, Major Joaquim Elias Costa Paulino disse à Tv Brasília que considera imoral ter sido exonerado enquanto a corporação mantém no cargo parentes próximo a Pedro Henrique Krambeck, o jovem picado pela naja no começo de julho.

 

Segundo relatou ao Jornal Local da Tv Brasília nesta quarta-feira (6/8), a saída do major e o questionamento que ele levantou "deu um choque dentro da instituição".

Elias disse que foi afastado do Batalhão Ambiental por ser a "parte mais fraca" e que a medida teve o objetivo de desviar a atenção para fatos mais relevantes sobre a investigação. "Alguém achando que sou a parte mais fraca tenta jogar as coisas do meu lado, que não tenho nada a ver com isso. Pra imprensa tirar essa situação do rapaz das cobras, do pai dele, que é um tenente coronel da polícia, entendeu?", questionou o major.

O militar diz ainda que ficou quatro meses à frente do Batalhão Ambiental e que realizou um serviço de qualidade, acima da média. Para ele, não há sentido em seu afastamento, enquanto membros do alto escalão da Polícia Militar do Distrito Federal são familiares, portanto ligados diretamente ao pivô das investigações Pedro Henrique Krambeck.

"O irmão desse tenente coronel (pai de Pedro Krambeck) é também um subcomandante-geral. A minha exoneração da minha função partiu dele, do subcomandante-geral. Então, de cara, você já vê que é uma coisa extremamente imoral."

O Coronel Cláudio Fernando Condi foi nomeado como Subcomandante-Geral da Polícia Militar do Distrito Federal em 19 de julho de 2020, cerca de 20 dias antes de Pedro Henrique ser picado pela naja. Ele é irmão de Eduardo Condi, padrasto de Pedro Henrique, estudante de medicina veterinária investigado por tráfico de animais depois de ter sido picado pela naja. A cobra, originária da África e sul da Ásia, era criada pelo jovem sem autorização. O artigo 4ª, da Lei nº 5.197/67, determina que nenhuma espécie poderá ser introduzida no país, sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida na forma da lei. Pedro Henrique chegou a ser preso temporariamente no final de julho, mas foi liberado.


Segundo a PMDF, antes de ocupar o cargo de Subcomandante -Geral, Claudio Conti foi comandante do Pelotão de Operações Especiais, Adjunto da Assessoria Jurídica do Gabinete do Comandante-Geral, Assessor Militar na SSP, Comandante da Escola de Formação de Oficiais, Chefe da Assessoria de Análise Técnico-Jurídica do Gabinete do Comandante-Geral da PMDF, Comandante do Batalhão de Polícia Militar do Gama (9º BPM), Subchefe de Gestão Administrativa, Subchefe de Operações de Segurança e Subchefe da Ordem Pública e Social, Corregedor-Adjunto e Chefe do Estado-Maior da Polícia Militar, de 27/08/2019 a 19/06/2020.

Em nota, a Polícia Militar informou que instaurou um Inquérito Policial Militar para apurar todas as circunstâncias que envolvem o fato.

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