O Brasil está sendo palco de testes de diferentes vacinas contra a covid-19, com milhares de pesquisadores, médicos e voluntários participando dos ensaios. Na capital do país, a Coronavac, da farmácia chinesa Sinovac Biotech, começou a ser testada nesta semana, no Hospital Universitário de Brasília (HUB). Enquanto isso, outras três unidades da federação realizam teste com a vacina da Universidade de Oxford, no Reino Unido, em parceria com a farmacêutica AstraZeneca.
Ambas estão na mesma etapa de ensaios, a fase 3. Nela, o produto já é aplicado em humanos, em larga escala, para determinar conceitos de segurança e eficácia. Pesquisadores dizem que é prematuro indicar quando qualquer uma delas pode ser disponibilizada para a população em geral, mas explicam as diferenças entre os métodos.
Fernando Araújo, chefe do setor de pesquisa e inovação do HUB, diz que a principal diferença é a tecnologia utilizada em cada uma. "A tecnologia da vacina que estamos testando aqui é mais tradicional. Nessa, a gente pega o vírus, inativa ele e produz a vacina que será aplicada. As proteínas desse vírus vão induzir a imunidade, induzir o organismo a produzir mecanismo de defesa contra ele", explica.
Ou seja, na Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, esse mecanismo produz os anticorpos neutralizantes. "São eles que impedem o desenvolvimento, o agravamento, de uma possível infecção por covid-19, que ou não acontece, ou é assintomática ou é muito leve", detalha. Esse projeto chegou ao segundo dia de testes nesta quinta-feira (6/8). Nesses dois dias, dez voluntários do Distrito Federal devem ser imunizados, sendo que metade dos participantes vai receber placebo, para melhor visualização dos resultados.
Fernando também compara esse método com o modelo da vacina de Oxford. "É uma tecnologia diferente, em que se pega o material genético do vírus, coloca em um vírus que não é patogênico, ele produz umas proteínas e, assim, imuniza o paciente através da vacina composta desse vírus que não causa problema. Pode trazer a resposta imunológica necessária para proteger o paciente", diz.
Esse material está sendo testado em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, com apoio da Fundação Oswaldo Cruz. O pesquisador conclui que as duas têm a mesma finalidade. A Coronavac deve ser testada em 850 pessoas no DF. Os teste pausa amanhã o trabalho com voluntários e retorna na semana que vem. A meta dos médicos é receber entre 20 a 40 pessoas por dia durante as próximas semanas.
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