Estudante picado por naja é preso temporariamente pela PCDF

Pedro Henrique Lemkuhl foi preso na manhã desta quarta-feira em mais uma fase da Operação Snake. Ele cumprirá prisão temporária de cinco dias por ser suspeito de tráfico de animais

Pedro Henrique Lemkuhl, 22 anos, foi preso na manhã desta quarta-feira (29). O mandado de prisão temporária foi cumprido no Guará por agentes da 14ªDP (Gama). O estudante de medicina veterinária foi picado por uma naja kaouthia em 7 de julho e é suspeito de fazer parte de um esquema de tráfico de animais.

A naja que picou Pedro não é nativa da fauna brasileira e a suspeita é que ela tenha sido trazida para o país com uma licença irregular expedida por uma servidora do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama). A funcionária do órgão, entretanto, nega ter participação no caso.

A prisão temporária de Pedro foi parte da quarta fase da Operação Snake da Polícia Civil do DF (PCDF) e contou com apoio de uma equipe do Instituto de Medicina Legal (IML) para verificarem o estado de saúde do acusado. Pedro passou cerca de seis dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Maria Auxiliadora, no Gama, após sofrer a picada da naja.

Pedro deve ficar preso por cinco dias. O mandado foi expedido pela 1ªVara Criminal do Gama a pedido da PCDF, tendo em vista a constatação de indícios de que o alvo, juntamente com outros investigados, estaria envolvido em uma associação criminosa responsável, entre outras condutas, pela destruição das provas relacionadas aos crimes ambientais apurados pela autoridade policial.

Relembre o caso

Pedro Henrique Lemkuhl chamou a atenção das autoridades após dar entrada no hospital por ser picado por uma naja kaouthia --espécie exótica e que não pode ser criada no Brasil, por ser venenosa. Para ser tratado, o jovem precisou do soro antiofídico, cedido pelo Instituto Butantan, em São Paulo.

Redes sociais/Reprodução - Pedro e a família foram multados em R$ 78 mil

Desde então, Pedro, familiares e amigos viraram alvo da PCDF por serem suspeitos de participarem de um esquema de tráfico de animais. Gabriel Ribeiro, amigo do estudante que mantinha a naja em casa e a deixou em uma caixa próximo ao shopping Pier 21, também está preso.

A mãe e o padrasto de Pedro, um tenente-coronel da Polícia Militar, também são investigados. A família foi multada pelo Ibama em R$78 mil por maus-tratos aos animais e por atrapalharem as investigações.

O caso da naja desencadeou a apreensão de outros animais como serpentes e tubarões. As espécies encontradas foram encaminhadas ao Zoológico de Brasília ou entregues ao Ibama.