O Youtuber conhecido como Rodrigão é apontado como mentor do sequestro de mãe e filho, ambos moradores do Lago Sul. Os empresários ligados ao ramo da saúde foram feitos reféns em 3 de junho e passaram 13 horas em cativeiro.
Segundo o delegado-chefe da Divisão de Repressão a Sequestros (DRS) da Polícia Civil do Distrito Federal, Leandro Ritt, três dos quatro envolvidos no crime estão presos. Eles irão responder por extorsão mediante sequestro. “A pena varia de 12 a 20 anos de reclusão. Por se tratar de crime hediondo, tem progressão de regime mais lenta”, explica o delegado.
De acordo com ele, um famoso youtuber da cidade, com canal sobre carros, mantinha a amizade com a vítima há pelo menos dois anos. “Os dois eram aficionados por veículos”, diz o delegado. Uma fonte confirmou ao Correio que o influenciador é Rodrigão, morador do Jardim Botânico e dono de um canal com mais de 69 mil inscritos.
De olho no patrimônio da família, ele teria tido a ideia do sequestro, acionando um comparsa, especialista em tecnologia para ajudá-lo. A dupla ainda contratou dois indivíduos para participar.
O youtuber nega a participação no crime, mas, segundo a Polícia Civil, os dois sequestradores foram enfáticos em incriminá-lo. Segundo a PCDF, o quarto elemento foi identificado e será preso em breve.
Saiba mais
O plano do youtuber teve início após a família anunciar a venda de um lote no Lago Sul. O plano era que o comparsa fingisse ser corretor de imóveis e marcasse um encontro no local.
Lá, as vítimas foram rendidas a mão armada e levadas para um barraco em São Sebastião. De acordo com Leandro Ritt, nenhum dos envolvidos era proprietário do lote. “Mas eles conheciam a área e sabiam que ali não haveria ninguém”, garante.
No cativeiro, mãe e filho foram entrevistados durante todo o dia a respeito da capacidade financeira da família. A intenção era que um fosse libertado para providenciar o pagamento do resgate da outra.
Contudo, ao perceber que o patrimônio estava imobilizado em imóveis, sem possibilidade de pagamento a curto prazo, as vítimas foram liberadas. Os sequestradores informaram que ligariam posteriormente para cobrar uma certa quantia em dinheiro, o que não ocorreu.