Localizada na CNF, em Taguatinga Norte, a Galeria Olho de Águia contempla antigas e novas gerações. Ela foi criada pelo fotógrafo Ivaldo Cavalcante, 66 anos. "Hoje em dia, a galeria é um ponto da juventude, mas também existem amigos da década de 1970, que sempre aparecem. É um ambiente destinado a arte em geral".
Ivaldo conta que inaugurou o espaço em 2002, no entanto, somente em 2012 decidiu "arregaçar as mangas" e se dedicar à galeria. Para ele, foi como se tivesse recebido uma benção de outros antigos locais tradicionais de Taguatinga. "Antigamente, tinha o Botiquim Blues e o Rolla Pedra. O sentimento, quando inaugurei a galeria, foi como se eu tivesse recebido o 'bastão' deles para ter um local bem potente como eles foram", considera o fotógrafo.
A primeira curiosidade do local está no próprio nome. Ivaldo revela o que o fez batizar a galeria como Olho de Águia. "A ideia veio depois que eu li um texto, na internet, sobre a águia. Desde então, me apaixonei pelo animal e primo por tudo que ele representa. Uso o nome em tudo, desde a galeria até o meu e-mail", detalha. "Tem um trecho falando que a águia tem um olhar monocular e outro binocular. Um deles é mais periférico, criativo para saber o que ela vai fazer. Então, posso dizer que o nome da galeria está ligado a esse olhar criativo que a águia tem, tento representá-lo aqui", observa o dono.
Projetos
Como bom fotógrafo, Ivaldo afirma que o fotojornalismo é o que move a galeria. O principal projeto do espaço é o "Imagem sem fronteiras", que teve a primeira edição em 2012. "Trouxemos para cá alguns fotojornalistas, tanto do Brasil como estrangeiros, para exporem e comentarem sobre seus trabalhos", destaca. "Estamos nos preparando para a terceira edição, que deve acontecer ainda este ano. A ideia é que, desta vez, a gente misture o fotojornalismo e a literatura", revela.
Além das fotos, Ivaldo também apoia a arte, por meio do "Artista do Bairro", criado em 2013. "Pessoas de qualquer lugar de Brasília trazem sua exposição para cá e ela fica nas paredes da galeria durante 15 dias. O projeto deu tão certo, que a agenda desse ano foi esgotada em fevereiro", detalha. "Eu gosto muito dele, pois dá oportunidade aos artistas locais e não tem aquele academicismo, de precisar passar por uma curadoria para selecionar. O artista chega no balcão, apresenta o trabalho dele e escolhe em qual período quer expor", assegura.
O frequentador Bruno Ávila, 35, é cliente da Galeria Olho de Águia há cerca de oito anos, sob a influência de um amigo. "Ele me trouxe aqui e acabei me ambientando muito bem. Desde então, adoro esse lugar. Sinto que estou em casa quando estou aqui", ressalta. "É o meu bar. Falo com ele (Ivaldo) que eu vou ser o futuro comprador daqui", brinca.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.