Entre as décadas de 1990 e 2010, o mercado de celulares no Brasil era marcado por uma diversidade de marcas e modelos. Cada fabricante trazia características únicas, desde os robustos aparelhos da Nokia até os elegantes BlackBerry com teclados QWERTY. Esse cenário contrastava com o atual domínio de poucas marcas globais, como Apple, Samsung e Xiaomi.
Naquela época, as inovações tecnológicas eram o principal atrativo para os consumidores. Telas coloridas, câmeras de baixa resolução e MP3 players integrados eram considerados avanços significativos. Contudo, a revolução dos smartphones, iniciada pelo iPhone em 2007, transformou radicalmente o setor, levando ao desaparecimento de muitas marcas que antes eram líderes de mercado.
Por que a Nokia perdeu seu protagonismo?
A Nokia, uma das marcas mais icônicas no Brasil, dominou o mercado com seus aparelhos duráveis e funcionais. Modelos como o Nokia 3310 se tornaram símbolos de resistência e confiabilidade. No entanto, a empresa finlandesa não conseguiu se adaptar rapidamente à era dos smartphones, perdendo espaço para concorrentes que apostaram em telas sensíveis ao toque e sistemas operacionais avançados.

Apesar de tentar uma parceria com a Microsoft para lançar a linha Lumia, a Nokia não conseguiu competir com o Android e iOS. Em 2016, a divisão de smartphones foi vendida, e em 2025, a HMD Global anunciou o fim da produção de celulares Nokia, marcando o encerramento de uma era.
Como a LG e a BlackBerry enfrentaram a transição para smartphones?
A LG, conhecida por seus modelos inovadores como o LG Chocolate e o LG Prada, também enfrentou dificuldades na transição para smartphones. A empresa inicialmente apostou no Windows Phone antes de migrar para o Android, mas não conseguiu manter a lucratividade, encerrando a produção de smartphones em 2021.
Por outro lado, a BlackBerry, que conquistou um nicho entre executivos com seus teclados físicos e segurança avançada, não conseguiu acompanhar as inovações do iPhone e Android. Em 2016, a empresa parou de fabricar seus próprios dispositivos, licenciando a marca para outras empresas, mas sem sucesso significativo.
Quais foram os desafios enfrentados por Sony Ericsson e Siemens?
A Sony Ericsson destacou-se com aparelhos voltados para entretenimento, como a linha Walkman e Cyber-shot. No entanto, a parceria entre Sony e Ericsson não resistiu à revolução dos smartphones, levando a Sony a seguir sozinha com a linha Xperia, que não alcançou o mesmo sucesso.
Já a Siemens, pioneira em inovações como telas coloridas e celulares tipo flip, enfrentou problemas internos e escândalos que contribuíram para seu declínio no mercado de celulares. A empresa redirecionou seus esforços para outros setores, abandonando a fabricação de celulares.
O que o futuro reserva para o mercado de celulares?
A história dessas marcas demonstra como o mercado de tecnologia é dinâmico e implacável. A rápida adaptação às novas tendências e a capacidade de inovação são essenciais para a sobrevivência. O domínio atual de poucas marcas globais reflete a necessidade de grandes investimentos e escalas massivas de produção.
Com a constante evolução tecnológica, o futuro do mercado de celulares pode trazer novas surpresas e transformações. A história das marcas que já não existem mais serve como um lembrete da importância de se manter à frente das inovações e das mudanças nas preferências dos consumidores.