Nos últimos anos, o uso de telefones celulares tornou-se uma parte integral da vida cotidiana, levantando preocupações sobre os possíveis efeitos à saúde associados à exposição à radiação de radiofrequência. Diversas organizações ao redor do mundo, incluindo a FDA nos Estados Unidos e a OMS, têm se dedicado a estudar essa questão, buscando esclarecer se há uma ligação entre o uso de celulares e problemas de saúde, como o câncer.
De acordo com o FDA, não há evidências científicas consistentes que associem a exposição à energia de radiofrequência dos celulares a problemas de saúde significativos. O único efeito amplamente reconhecido é o aquecimento dos tecidos, causado pelo calor gerado pelo próprio aparelho. Este fenômeno, no entanto, não tem sido associado a condições graves de saúde.
Estudos recentes e descobertas
Em agosto de 2024, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou um estudo abrangente conduzido pela Agência Australiana de Proteção contra Radiação e Segurança Nuclear. Este estudo revisou mais de 5.000 pesquisas anteriores, buscando uma compreensão mais robusta sobre o impacto dos celulares na saúde humana. Os resultados não encontraram evidências de que o uso prolongado de celulares esteja diretamente ligado ao desenvolvimento de cânceres no pescoço, cérebro ou outras partes da cabeça.
Além disso, a pesquisa não identificou uma correlação entre a quantidade de tempo gasto no celular diariamente e a incidência de câncer. No entanto, os pesquisadores destacaram a necessidade de cautela ao interpretar dados relacionados a tumores cerebrais em crianças, devido ao número limitado de estudos focados nesse grupo específico.

Os telefones celulares causam câncer em crianças?
A questão da segurança dos celulares para crianças permanece em aberto, principalmente devido à falta de pesquisas específicas. A OMS enfatiza que os estudos atuais são insuficientes para tirar conclusões definitivas sobre a relação entre o uso de celulares e a incidência de câncer em crianças. A preocupação é que, devido ao desenvolvimento contínuo do cérebro infantil, as crianças possam ser mais suscetíveis aos efeitos da radiação de radiofrequência.
Por enquanto, a recomendação é que os pais monitorem o uso de celulares por crianças e incentivem práticas seguras, como o uso de fones de ouvido e a limitação do tempo de tela, até que mais dados estejam disponíveis.
Medidas de precaução e futuras pesquisas
Embora a maioria dos estudos não tenha encontrado uma ligação direta entre o uso de celulares e problemas de saúde graves, é sempre prudente adotar medidas de precaução. Isso inclui limitar o tempo de uso, utilizar fones de ouvido para reduzir a exposição direta e evitar o uso prolongado do celular em áreas com sinal fraco, onde o aparelho emite mais radiação para se conectar à rede.
O campo de pesquisa sobre os efeitos dos celulares na saúde ainda está em evolução. Novos estudos são necessários, especialmente aqueles que focam no impacto a longo prazo e em populações mais vulneráveis, como crianças. A comunidade científica continua a monitorar e investigar para garantir que as diretrizes de segurança sejam baseadas nas evidências mais recentes.