Os buracos negros são conhecidos por suas características singulares, como a intensa força gravitacional que atrai tudo ao seu redor, inclusive a luz. Cientistas já imaginaram o que aconteceria se uma pessoa caísse em um buraco negro, mas agora, uma equipe de pesquisadores busca entender o que ocorreria caso um desses objetos massivos atravessasse o corpo humano. Essa investigação foi conduzida pelo professor de física Robert J. Scherrer, da Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos.
O estudo de Scherrer analisa uma questão intrigante: o que aconteceria com o corpo humano se um pequeno buraco negro primordial o atravessasse? A ideia pode parecer estranha, mas não é totalmente nova. Em 1974, o autor de ficção científica Larry Niven já havia explorado a possibilidade de um homem morrer ao ser atravessado por um pequeno buraco negro. O objetivo do estudo é entender se um buraco negro primordial poderia causar ferimentos ou até mesmo a morte de uma pessoa.
Como funcionam os buracos negros?
Os buracos negros são uma das estruturas mais colossais do universo, formados a partir do colapso do núcleo denso de estrelas que esgotaram seu combustível nuclear. Eles possuem uma gravidade tão intensa que nada pode escapar, nem mesmo a luz. Existem diferentes tipos de buracos negros, como os estelares, supermassivos e primordiais. Estes últimos são teóricos e nunca foram observados diretamente.
Quando um ser humano se aproxima de um buraco negro, o destino provável é a espaguetificação, um processo no qual as forças de maré esticam e destroem completamente o corpo. Esse fenômeno ocorre devido às intensas forças gravitacionais que puxam o corpo com extrema intensidade, esticando e comprimindo simultaneamente.
O que aconteceria se um buraco negro atravessasse o corpo humano?
No estudo recente, Scherrer baseou sua análise em dados de uma pesquisa sobre Matéria Escura Macroscópica (MACRO), um tipo teórico de matéria escura que poderia variar em tamanho. Ele propõe uma abordagem semelhante para buracos negros primordiais, teorizados como os primeiros do tipo a se formarem logo após o Big Bang. Caso existissem restrições semelhantes para esses buracos negros, eles poderiam ser tão pequenos quanto um átomo.
A análise investigou dois efeitos que um buraco negro primordial poderia causar no corpo humano:
- Força de maré: A gravidade de um pequeno buraco negro geraria uma força diferencial sobre partes do corpo, como o torso ou a cabeça. No entanto, seu efeito provavelmente não seria letal.
- Onda de choque: Esse impacto seria muito mais destrutivo e, possivelmente, a principal forma pela qual um buraco negro poderia causar danos fatais.
É possível que um buraco negro atinja uma pessoa?
As chances de um buraco negro atingir uma pessoa durante sua vida são extremamente baixas, estimadas em 1 em 10 trilhões. A força de maré de um buraco negro extremamente pequeno não seria suficiente para rasgar a pele, a menos que ele atravessasse a cabeça, o que poderia causar danos graves às células cerebrais. Por outro lado, as ondas de choque poderiam destruir células e transferir energia térmica, resultando em um efeito semelhante ao impacto de um tiro.
Embora esse cenário seja improvável na realidade, considerá-lo em um experimento mental é uma forma interessante de explorar as possibilidades da física teórica. Os buracos negros continuam a fascinar cientistas e leigos, desafiando nossa compreensão do universo e estimulando novas perguntas sobre os limites da física.
