O setor financeiro brasileiro tem vivenciado uma revolução com a chegada das fintechs, que trouxeram inovação e acessibilidade aos serviços bancários. Contudo, o Banco Central do Brasil está propondo novas regulamentações que podem alterar significativamente o cenário atual. A proposta visa restringir o uso de termos como “bank” e “banco” por empresas que não possuem licença bancária formal.
Essa iniciativa, que está em fase de consulta pública, tem como objetivo permitir que apenas instituições financeiras devidamente autorizadas utilizem essas palavras em suas marcas e materiais de comunicação. Fintechs populares, como o Nubank, que operam como instituições de pagamento ou sociedades de crédito direto, podem ser diretamente impactadas, precisando ajustar suas marcas para cumprir as novas regras.
Por que regular o uso de termos bancários?
O crescimento das fintechs no Brasil tem sido acelerado desde a regulamentação das instituições de pagamento e das sociedades de crédito direto. No entanto, o Banco Central acredita que é necessário proteger os consumidores e aumentar a clareza sobre o tipo de instituição com que eles estão lidando. A proposta busca evitar confusões entre bancos tradicionais e fintechs, que possuem diferentes níveis de regulamentação e segurança financeira.
Ao restringir o uso de termos bancários, o Banco Central pretende garantir que os consumidores possam identificar facilmente se estão lidando com uma instituição bancária completa ou com uma fintech que oferece serviços financeiros limitados.

Impactos potenciais para fintechs como o Nubank
Se a proposta for aprovada, fintechs como o Nubank terão que escolher entre obter uma licença bancária completa ou passar por um processo de rebranding. Isso incluiria a mudança de nome, atualização de contratos e reformulação de aplicativos e materiais de marketing. O impacto financeiro e no reconhecimento da marca pode ser significativo.
Entidades representativas do setor de fintechs expressaram preocupações de que a medida possa inibir a inovação e reduzir a competitividade no mercado. Por outro lado, especialistas em regulação financeira defendem que a proposta segue padrões internacionais e busca padronizar o sistema financeiro.
Como as fintechs estão reagindo à proposta?
A consulta pública sobre a proposta está aberta até o final de maio de 2025, permitindo que empresas, especialistas e o público em geral enviem suas opiniões e sugestões. A Zetta, que representa o Nubank, afirmou que participará das discussões e busca uma transição equilibrada. Enquanto isso, a Febraban, que representa os bancos tradicionais, ainda não se manifestou.
Com essa iniciativa, o Banco Central visa consolidar um sistema financeiro mais claro e confiável. Para as fintechs, o desafio é adaptar seus modelos de negócios ao novo cenário regulatório ou reformular suas identidades de marca.
O futuro das fintechs no Brasil
O futuro das fintechs no Brasil dependerá de como elas se adaptam a essas novas regulamentações. A consulta pública oferece uma oportunidade para que todas as partes interessadas expressem suas preocupações e sugestões. A decisão final do Banco Central terá um impacto duradouro no setor, influenciando como as fintechs operam e competem no mercado financeiro brasileiro.
Independentemente do resultado, a discussão em torno da proposta destaca a importância de equilibrar inovação e regulamentação para garantir um ambiente financeiro seguro e transparente para todos os consumidores.
Posicionamento da Nubank
Em retorno ao portal, a Nubank afirmou que:
“O Nubank acompanha a discussão sobre o respeito do uso dos termos relacionados à palavra “banco” na marca de instituições de pagamento, financeiras e correspondentes bancários. Acreditamos que qualquer regulação nesse sentido será exigida após ampla discussão e preveremos prazo suficiente para que todas as instituições afetadas avaliem diligentemente toda a gama de possibilidades possíveis para seu devido cumprimento.
Além disso, o Nubank reforça que respeita a legislação vigente e conta com todas as licenças possíveis para oferecer os produtos atualmente disponíveis em sua plataforma e que uma eventual obtenção de uma licença bancária não acarretaria em uma necessidade de aumento de capital, considerando sua estrutura de conglomerado.“