Localizada no coração do Mar Egeu, a ilha de Santorini é famosa por suas paisagens deslumbrantes e vilarejos pitorescos. No entanto, por trás de sua beleza cativante, esconde-se uma ameaça potencial: a atividade vulcânica subaquática. Cientistas estão atualmente investigando a possibilidade de uma nova erupção, o que poderia ter consequências significativas para a ilha e seus habitantes.
Recentemente, Santorini foi abalada por uma série de terremotos, levando quase metade de seus 11 mil residentes a deixarem a ilha temporariamente. Este evento serviu como um lembrete de que a região está situada sobre uma zona de encontro de placas tectônicas, tornando-a suscetível a atividades sísmicas e vulcânicas. A última erupção significativa ocorreu em 1950, mas a ilha experimentou um período de agitação em 2012, quando o magma começou a se acumular nas câmaras vulcânicas.
Como os cientistas estão monitorando os vulcões submarinos?
Uma equipe de pesquisadores, liderada por Isobel Yeo do Centro Nacional de Oceanografia do Reino Unido, está a bordo do navio de pesquisa Discovery para estudar os vulcões submersos ao redor de Santorini. O objetivo é entender melhor o comportamento desses vulcões e avaliar os riscos potenciais de uma erupção futura. Utilizando robôs subaquáticos, os cientistas estão coletando amostras de fluidos, gases e rochas do leito marinho.
Essas amostras são essenciais para mapear o sistema hidrotermal da região, que é caracterizado por fontes de água quente que emergem das fissuras no fundo do mar. A interação entre a água do mar e o magma é um fator crítico que pode influenciar a explosividade de uma erupção. A pesquisa visa criar mapas de risco geológico que ajudarão a Agência de Defesa Civil da Grécia a planejar medidas de segurança para a população local.

Quais são os desafios e descobertas da expedição?
Um dos principais desafios enfrentados pela equipe é a falta de monitoramento contínuo dos vulcões submarinos, que representam cerca de dois terços dos vulcões do mundo. A expedição está fornecendo dados valiosos que podem melhorar a compreensão desses fenômenos naturais. John Jamieson, professor da Universidade Memorial de Newfoundland, destaca a importância das rochas vulcânicas coletadas, que revelam informações sobre a composição e a dinâmica do vulcão.
Os cientistas também estão utilizando tecnologia avançada para criar um mapa em 3D do sistema hidrotermal, conectando-o à câmara magmática do vulcão. Este mapa pode ajudar a prever como uma erupção pode se desenvolver e quais áreas seriam mais afetadas. Além disso, a pesquisa está sendo conduzida com o objetivo de informar e proteger a população local, garantindo que estejam preparados para qualquer eventualidade.
Impacto na comunidade local e no turismo
A recente atividade sísmica em Santorini teve um impacto significativo na comunidade local e no turismo, que é uma das principais fontes de renda da ilha. Muitos turistas cancelaram suas viagens devido ao medo de novos terremotos ou erupções. No entanto, a pesquisa científica em andamento está ajudando a restaurar a confiança dos visitantes, fornecendo informações precisas sobre os riscos e as medidas de segurança.
Os moradores de Santorini, como a fotógrafa Eva Rendl, estão esperançosos de que a situação se estabilize e que o turismo volte a florescer. A ilha continua a ser um destino de sonho para muitos, atraindo visitantes de todo o mundo com sua beleza única e rica história vulcânica. Com o avanço das pesquisas, espera-se que Santorini possa equilibrar a preservação de seu patrimônio natural com a segurança de seus habitantes e turistas.