Em 2024, uma nova edição da pesquisa Cultura nas Capitais foi lançada, revelando dados significativos sobre os hábitos culturais dos moradores de 26 capitais brasileiras e do Distrito Federal. O estudo, conduzido pela JLeiva Cultura & Esporte, destacou o Rio de Janeiro como uma cidade com forte engajamento cultural, superando ou igualando a média nacional em diversas atividades culturais.
O levantamento, que ouviu 1,5 mil cariocas entre fevereiro e abril de 2024, mostrou que a cidade se destaca em várias práticas culturais, como leitura, cinema, teatro e visitas a locais históricos. No entanto, o consumo de eventos de dança e saraus ficou abaixo da média nacional. Esses resultados refletem a influência da escolaridade e a presença de uma infraestrutura cultural robusta na cidade.
Qual o impacto da escolaridade no consumo cultural?
A pesquisa destacou a escolaridade como um fator crucial para o acesso e consumo de atividades culturais. Segundo João Leiva, diretor da JLeiva Cultura & Esporte, a educação desempenha um papel fundamental na formação de hábitos culturais. No Rio de Janeiro, a presença de teatros e museus, ampliada por eventos como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, contribui para esse cenário positivo.
Carla Chiamareli, gerente do Observatório da Fundação Itaú, reforçou que a formação educacional é mais determinante para os hábitos culturais do que a condição socioeconômica. Ela destacou a importância de políticas públicas que integrem educação e cultura, promovendo o acesso igualitário a atividades culturais como um direito constitucional.

Preferências musicais e participação em festas populares
Os cariocas demonstram um gosto musical diversificado, com a Música Popular Brasileira (MPB) liderando as preferências, seguida por pagode, gospel e rock. Em comparação com outras capitais, onde o sertanejo predomina, o Rio de Janeiro se destaca por sua resistência a esse gênero, ficando atrás apenas de Recife.
Além disso, a pesquisa revelou que 77% dos entrevistados participaram de festas juninas, enquanto 53% compareceram a blocos de carnaval e 30% assistiram aos desfiles das escolas de samba. A popularidade das festas juninas é atribuída à sua duração prolongada e à distribuição geográfica mais ampla na cidade.
Desafios e perspectivas para o futuro cultural
Embora o estudo tenha identificado uma retração geral nas atividades culturais em comparação com 2017, o consumo de jogos eletrônicos foi uma exceção. João Leiva sugere que fatores socioeconômicos e mudanças de hábitos pós-pandemia podem estar influenciando essa tendência, mas ressalta que uma análise mais precisa só será possível nos próximos anos.
O lançamento da pesquisa contou com a presença de autoridades culturais e representantes de instituições parceiras, como o Instituto Cultural Vale e a Fundação Itaú. O evento reforçou a importância de continuar investindo em políticas culturais que ampliem o acesso e promovam a diversidade cultural nas capitais brasileiras.