O Censo 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou dados significativos sobre a educação superior no Brasil. Entre as cidades brasileiras, São Caetano do Sul, localizada no ABC Paulista, destaca-se por ter a maior proporção de habitantes com ensino superior completo. Metade dos seus 165 mil moradores possui, pelo menos, um diploma de graduação. Em contraste, cidades como Santa Luzia do Norte e Coqueiro Seco, em Alagoas, e Nordestina, na Bahia, apresentam apenas 2% de seus residentes com formação superior.
Esses dados evidenciam disparidades regionais significativas no acesso à educação superior no país. Enquanto São Caetano do Sul se beneficia de sua proximidade com São Paulo, refletindo indicadores semelhantes aos de bairros de classe média da capital paulista, cidades como Belford Roxo, na Baixada Fluminense, enfrentam desafios relacionados à sua localização na periferia de grandes regiões metropolitanas.
Quais fatores influenciam a educação superior nas cidades brasileiras?
De acordo com Bruno Perez, pesquisador do IBGE, as dinâmicas das regiões metropolitanas desempenham um papel crucial nos índices de educação superior. Cidades menores, mas próximas a grandes centros urbanos, como São Caetano do Sul, tendem a apresentar melhores indicadores educacionais. Isso ocorre porque essas cidades atraem uma população com maior nível de escolaridade, que busca oportunidades de trabalho e qualidade de vida próximas aos grandes centros.
Por outro lado, cidades como Belford Roxo enfrentam dificuldades devido à sua localização periférica. Nessas áreas, a população com formação superior muitas vezes reside em outros locais e se desloca para trabalhar, o que impacta negativamente as estatísticas locais de educação superior.

Desigualdade educacional: uma questão nacional
O Censo 2022 também destaca a desigualdade educacional em cidades com mais de 100 mil habitantes. Enquanto São Caetano do Sul lidera com 50% de sua população com ensino superior, outras cidades, como Belford Roxo, apresentam apenas 6%. Esse contraste é ainda mais acentuado quando se observa cidades menores, onde a porcentagem de pessoas com diploma pode ser tão baixa quanto 2%.
Essas disparidades refletem não apenas questões econômicas, mas também sociais e culturais, que influenciam o acesso à educação de qualidade. A concentração de instituições de ensino superior em determinadas regiões e a falta de políticas públicas eficazes para promover a educação em áreas menos favorecidas são fatores que contribuem para essa desigualdade.
Como melhorar o acesso à educação superior no Brasil?
Para enfrentar os desafios da desigualdade educacional, é essencial implementar políticas públicas que promovam o acesso à educação superior em todo o país. Isso inclui a expansão de instituições de ensino em regiões menos favorecidas, além de programas de incentivo e apoio financeiro para estudantes de baixa renda.
Além disso, a melhoria da qualidade do ensino básico é fundamental para preparar os estudantes para o ingresso no ensino superior. Investimentos em infraestrutura escolar, formação de professores e desenvolvimento de currículos que atendam às necessidades locais são passos importantes para garantir que mais brasileiros tenham a oportunidade de alcançar o ensino superior.
O futuro da educação superior no Brasil
O cenário atual da educação superior no Brasil apresenta desafios significativos, mas também oportunidades para transformação. Com políticas públicas eficazes e um compromisso coletivo para reduzir as disparidades regionais, é possível avançar rumo a um sistema educacional mais equitativo e inclusivo.
O Censo 2022 serve como um alerta e uma oportunidade para repensar estratégias e ações que possam garantir que todos os brasileiros tenham acesso à educação de qualidade, independentemente de sua localização geográfica ou condição socioeconômica.