Amsterdã, capital dos Países Baixos, é hoje um dos maiores símbolos mundiais de mobilidade sustentável. Mas nem sempre foi assim. Até os anos 1970, a cidade era dominada por carros — com trânsito intenso, poluição e acidentes envolvendo pedestres e ciclistas.
Tudo mudou quando Amsterdã decidiu reverter esse modelo e transformar as bicicletas no principal meio de transporte urbano. E o mais impressionante: a cidade nunca mais voltou atrás.
Como Amsterdã trocou os carros pelas bicicletas?
- Após uma série de protestos populares, como o movimento “Stop de Kindermoord” (“Parem de matar as crianças”), a cidade começou a limitar o espaço para carros e investir em ciclovias seguras
- Foram criadas infraestruturas exclusivas para bicicletas, como semáforos, estacionamentos, faixas largas e até pontes só para ciclistas
- O governo incentivou o uso de bikes com subsídios, campanhas educativas e integração ao transporte público
- Com o tempo, os carros foram sendo restringidos em áreas centrais, enquanto as bicicletas se tornaram o meio mais prático, rápido e barato de circular
- Hoje, há mais bicicletas do que habitantes na cidade: cerca de 900 mil bikes para uma população de 820 mil pessoas
O plano de mobilidade transformou Amsterdã em referência internacional de cidade ciclável e sustentável.

Por que a cidade fez essa mudança radical?
A decisão foi motivada por:
- Altos índices de acidentes com pedestres e crianças nos anos 1960 e 70
- Crescente poluição do ar e degradação da qualidade de vida
- Pressão social por um modelo urbano mais humano e seguro
- Planejamento urbano voltado à qualidade de vida, saúde pública e espaço coletivo
- A vontade de fazer de Amsterdã uma cidade para as pessoas, não para os carros
Hoje, pedalar em Amsterdã é tão natural quanto caminhar — e tão eficaz quanto dirigir, mas com impacto ambiental quase nulo.
Curiosidades sobre Amsterdã e as bicicletas
- A cidade tem mais de 500 km de ciclovias bem sinalizadas e integradas
- Crianças aprendem a pedalar antes mesmo de ir à escola
- Existem táxis de bicicleta, serviços de entregas e até bikes compartilhadas por aplicativos
- Bicicletas podem ser levadas no metrô, balsa e trens intermunicipais
- Mesmo com a fama, Amsterdã continua investindo: projetos de ciclovias suspensas, túneis e estacionamentos subterrâneos para até 7 mil bikes estão em andamento
Amsterdã mostra que mudar o trânsito é mudar a cidade — e que ao trocar o volante pelo pedal, toda uma sociedade pode respirar melhor, viver mais e sorrir com mais frequência.