Na tranquila e montanhosa Flagstaff, no estado do Arizona, EUA, olhar para o céu estrelado não é apenas um privilégio — é um direito protegido por lei. A cidade foi a primeira do mundo a receber o título de “International Dark Sky City”, graças a suas rigorosas políticas contra a poluição luminosa.
Em Flagstaff, preservar a escuridão natural do céu noturno é parte da identidade urbana, beneficiando não apenas os astrônomos, mas toda a comunidade e o meio ambiente.
Como Flagstaff protege seu céu?
Desde a década de 1950, a cidade adotou medidas específicas para garantir visibilidade total do céu à noite:
- Uso obrigatório de iluminação pública de baixa intensidade e direcionada para o chão
- Proibição de outdoors e luzes excessivamente brilhantes em áreas residenciais e comerciais
- Normas que regulam horários e cores da iluminação externa, evitando tons azulados
- Incentivo ao uso de luminárias escurecidas (“shielded lights”) e sensores de presença
- Fiscalizações periódicas para garantir o cumprimento das leis locais de iluminação
Essa política foi reforçada em 2001, quando Flagstaff se tornou oficialmente a primeira cidade com certificação internacional de céu escuro.

Por que a cidade adotou essa iniciativa?
Flagstaff abriga importantes centros de observação astronômica, como:
- Observatório Lowell, onde foi descoberta a existência de Plutão
- Vários institutos de pesquisa ligados à NASA e universidades
A cidade percebeu que a poluição luminosa dificultava as observações e também afetava a fauna, a saúde humana e o consumo energético. A solução foi criar uma cultura de valorização da escuridão natural, com apoio da população.
Curiosidades sobre Flagstaff e seu céu protegido
- A cidade realiza eventos públicos de observação astronômica ao ar livre, com telescópios e guias
- Moradores são educados desde cedo sobre os impactos da luz artificial em excesso
- O céu limpo atrai astrônomos, turistas e fotógrafos do mundo inteiro
- Várias cidades americanas e europeias se inspiraram no modelo de Flagstaff
- A iniciativa ajudou a preservar espécies noturnas e a reduzir custos com iluminação pública
Flagstaff mostra que nem sempre iluminar mais é o melhor caminho — e que proteger a noite também é uma forma de resgatar o vínculo com o cosmos, a ciência e o próprio planeta.