Enquanto o mundo segue o calendário gregoriano, com o ano começando em 1º de janeiro e dividindo os meses de forma familiar, na Etiópia, e especialmente em sua capital Adis Abeba, o tempo corre em outro ritmo. O país segue o calendário etíope, um sistema próprio que faz com que o ano novo aconteça em setembro e que o país esteja, oficialmente, sete a oito anos “atrasado” em relação ao restante do mundo.
Como funciona o calendário etíope?
O calendário etíope tem origem cristã ortodoxa, baseado no calendário antigo copta. Ele difere do calendário gregoriano em vários aspectos:
- Tem 13 meses: 12 meses de 30 dias e 1 mês adicional com 5 ou 6 dias (dependendo se o ano é bissexto).
- O Ano Novo (Enkutatash) é celebrado em 11 ou 12 de setembro no calendário gregoriano.
- A diferença de anos ocorre por conta de um projeto distinto dos dados do nascimento de Jesus. Por isso, por exemplo, enquanto o mundo celebrava 2024, na Etiópia ainda era 2016 ou 2017.

Como isso impacta a vida em Adis Abeba?
Na época capital, Adis Abeba, o calendário etíope é usado oficialmente em:
- Documentos públicos e governamentais
- Escolas, universidades e órgãos oficiais
- Calendários e celebrações religiosas
- Programações de TV, jornais e rádios locais
No entanto, por ser um centro internacional e turístico, o calendário gregoriano também é usado paralelamente, especialmente em sectores como aeroportos, negócios e turismo.
Curiosidades sobre Addis Abeba e o calendário etíope
- Addis Abeba significa “nova flor” em amárico, o idioma oficial do país.
- O país nunca foi colonizado, o que contribuiu para a preservação de seu sistema próprio de calendário.
- O etíope natalino é comemorado em 7 de janeiro, assim como na Igreja Ortodoxa.
- Os relógios também são diferentes: o dia começa às 6h da manhã, depois 7h locais é, na prática, 1h etíope.
- Os turistas frequentemente se confundem com reservas e dados, por causa da diferença entre os sistemas.
Addis Abeba mostra que o tempo pode ser medido de maneiras diferentes — e que a cultura também se expressa através do calendário, conectando o presente a uma tradição milenar.