Na capital da Islândia, Reykjavik, há um costume tão peculiar quanto fascinante: os moradores não têm sobrenomes da forma tradicional. Em vez disso, usam um sistema patronímico (ou matronímico), onde o nome da pessoa é baseado no nome do pai ou da mãe — uma tradição que remonta aos tempos dos vikings e ainda é seguida rigidamente hoje.
Como funciona o sistema de nomes na Islândia?
Na Islândia, ao nascer, a criança recebe:
- Um nome próprio, escolhido pelos pais e aprovado por um comitê linguístico.
- Um “sobrenome” derivado do primeiro nome do pai (ou da mãe), com o acréscimo de -son (filho de) ou -dóttir (filha de).
Por exemplo:
- Se um homem chamado Jón tem uma filha chamada Anna, ela será Anna Jónsdóttir (“Anna, filha de Jón”).
- Se Jón tem um filho chamado Erik, ele será Erik Jónsson (“Erik, filho de Jón”).
Não há sobrenomes herdados de família como no Brasil ou em boa parte do mundo ocidental. Cada geração tem nomes “diferentes”.

E como isso afeta a vida em Reykjavik?
Na prática, isso significa que:
- As listas telefônicas e documentos são organizados pelo primeiro nome.
- Pessoas são chamadas formalmente pelo primeiro nome, até mesmo em ambientes profissionais ou governamentais.
- O sistema enfatiza a individualidade e reduz a hierarquia social.
Inclusive, o país tem um comitê oficial de nomes, que aprova ou nega novos nomes para garantir que estejam de acordo com a gramática e tradição islandesa.
Curiosidades sobre Reykjavik e o sistema de nomes islandês
- Reykjavik é a capital mais setentrional do mundo, com cerca de 130 mil habitantes.
- O nome “Reykjavik” significa “baía enfumaçada”, por conta das fontes termais da região.
- A Islândia proíbe sobrenomes tradicionais estrangeiros, exceto para descendentes diretos de estrangeiros.
- Não é permitido inventar sobrenomes nem adotar nomes “ocidentalizados”.
- Aplicativos e sites de namoro locais usam banco de dados genealógicos para evitar que parentes próximos se envolvam — já que não dá pra confiar nos sobrenomes!
Reykjavik, com sua cultura singular, mostra que nossa identidade pode ser moldada de forma muito diferente — e ainda assim funcionar perfeitamente, respeitando raízes históricas e valores modernos.