Na encantadora Deventer, na Holanda, uma solução intergeracional vem chamando atenção do mundo todo: estudantes universitários podem viver em casas de repouso junto com idosos — pagando pouco ou nenhum aluguel. Em troca, eles oferecem companhia, atividades culturais e, principalmente, presença humana constante.
Essa proposta criativa e afetuosa virou modelo de coabitação solidária, unindo gerações, combatendo a solidão e promovendo aprendizado mútuo em um ambiente de respeito e acolhimento.
Como funciona o programa de convivência em Deventer?
O projeto começou na residência humanitária “Huis voor de Tijd”, e funciona assim:
- Jovens estudantes podem morar gratuitamente (ou com grande desconto) em residências que também abrigam idosos
- Em troca, devem dedicar pelo menos 30 horas por mês para interações sociais: conversas, jogos, caminhadas, refeições compartilhadas ou pequenas ajudas do dia a dia
- O foco não é assistência médica, e sim criar laços e melhorar a qualidade de vida emocional dos idosos
- Os estudantes também ganham um espaço tranquilo para estudar e economizam com moradia, que na Holanda pode ser bastante cara
A convivência é supervisionada por assistentes sociais e profissionais de saúde, garantindo bem-estar para ambos os lados.

Por que Deventer criou esse projeto?
A cidade encontrou uma solução prática para dois desafios urbanos:
- Solidão entre a população idosa, especialmente em casas de repouso
- Falta de moradia acessível para estudantes, em um país com alta demanda por aluguel
Além disso, promove:
- Diálogo entre gerações, com trocas culturais e afetivas valiosas
- Um ambiente mais vivo, dinâmico e saudável dentro das casas de repouso
- Aprendizado social e humano para os jovens, que desenvolvem empatia e consciência comunitária
O projeto reduziu gastos públicos com cuidados paliativos e saúde mental, tornando-se referência internacional.
Curiosidades sobre o projeto em Deventer
- Já foi tema de documentários e estudos acadêmicos em universidades europeias
- Muitos idosos relatam sentir-se mais ativos e conectados com o mundo moderno
- Estudantes desenvolvem projetos culturais, como clubes de cinema e oficinas de tecnologia para idosos
- O modelo está sendo testado em outras cidades holandesas e países como França, Alemanha e Japão
- Alguns estudantes mantêm o vínculo com os idosos mesmo após terminar os estudos
Deventer mostra que a cidade do futuro pode (e deve) ser construída com afeto, cuidado mútuo e convivência entre gerações — onde o que se compartilha vale mais do que o que se paga.