Recentes observações realizadas pelo Telescópio Espacial James Webb trouxeram à tona um fenômeno intrigante: galáxias do universo conhecido parecem girar em uma direção preferencial. Essa descoberta desafia a ideia de que o cosmos é completamente aleatório e levanta questões sobre as origens do universo. O estudo, liderado por Lior Shamir, da Universidade do Kansas, foi publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society e analisa o movimento de 236 galáxias.
Os resultados indicam que duas em cada três galáxias observadas giram no sentido horário, enquanto a minoria, incluindo a Via Láctea, gira no sentido anti-horário. Essa assimetria sugere que pode haver uma força ou evento primordial que influenciou a rotação das galáxias. Entre as teorias propostas, está a ideia de que o universo pode ter nascido girando, o que se alinha com a cosmologia do buraco negro.
O universo dentro de um buraco negro?
A teoria de que o universo observável está dentro de um buraco negro propõe uma visão revolucionária da física. Segundo essa hipótese, cada buraco negro poderia conter um “universo bebê”, sugerindo que o nosso cosmos é apenas uma parte de algo muito maior. Os buracos negros se formam a partir do colapso de estrelas massivas, que acumulam matéria e energia de forma extrema.

Essa teoria também sugere que, após um colapso significativo, a matéria poderia começar a se expandir, similar ao Big Bang. Além disso, buracos negros poderiam ser portais para outros universos, conectados por “buracos de minhoca”, desafiando as leis da física como as conhecemos.
Como a via láctea afeta as observações?
Outra explicação para a assimetria observada nas rotações das galáxias está relacionada à própria Via Láctea. Como nossa galáxia gira no sentido anti-horário, o movimento de outras galáxias pode ser percebido de forma diferente devido ao efeito Doppler da luz. Isso significa que, na verdade, não há menos galáxias girando no mesmo sentido que a nossa, mas sim que as observamos com menos eficácia.
Anteriormente, acreditava-se que a rotação da Via Láctea era muito lenta para influenciar as observações. No entanto, se esse for o caso, será necessário recalibrar as medições de distância para o universo profundo. Essa recalibração pode ajudar a resolver questões cosmológicas não resolvidas, como as diferenças nas taxas de expansão do universo.
Quais as implicações para a cosmologia?
A descoberta de galáxias que parecem mais antigas que o próprio universo levanta dúvidas sobre a precisão das medições atuais. A recalibração das distâncias cósmicas pode explicar essas anomalias e oferecer novas perspectivas sobre a idade e a evolução das galáxias massivas. Isso também pode impactar nosso entendimento sobre a estrutura e a história do universo.
Essas observações abrem caminho para novas investigações e teorias que podem transformar nossa compreensão do cosmos. À medida que a tecnologia avança, mais mistérios do universo poderão ser desvendados, revelando a complexidade e a beleza do espaço que nos cerca.