Enquanto cidades muitas são construídas em terra firme, existe um lugar onde os moradores vivem sobre plataformas flutuantes em pleno oceano. Togian, na Indonésia, é uma comunidade marítima habitada pelo povo Bajau, conhecida como os “nômades do mar”.
Os Bajau passaram séculos vivendo sobre as águas, construindo casas sustentadas por pilares de madeira e navegando sem destino fixo. Muitas dessas comunidades, como as de Togian, no arquipélago de Sulawesi, optaram por estabelecer vilarejos permanentes sobre a água, criando uma cidade que flutua literalmente.
Sem ruas, sem carros e sem estradas, os moradores utilizam pequenas canoas para se deslocar e vivem quase exclusivamente da pesca. Com uma habilidade incrível para mergulhar, os Bajau conseguem ficar submersos por vários minutos sem equipamento, explorando os recifes de corais em busca de alimento.
Como é viver em uma cidade flutuante?
Os Bajau aprenderam a se adaptar completamente à vida no oceano. As casas são feitas de madeira e construídas sobre estacas, ligadas por passarelas ou pequenas plataformas. Algumas famílias ainda vivem em barcos, levando um estilo de vida que tem sido passado de geração em geração.
A pesca é uma base de economia, e muitos Bajau praticam mergulho livre, descendo até 60 metros de profundidade sem cilindros de oxigênio. Seu corpo desenvolveu adaptações incríveis, como baços maiores e melhor capacidade pulmonar, permitindo que fiquem debaixo d’água por períodos inesperados.
Por não possuírem terras próprias, os Bajau historicamente enfrentaram dificuldades para obter cidadania em países como Indonésia, Malásia e Filipinas. Ainda assim, mantêm sua cultura viva, dependendo do mar para tudo,o que os torna um dos povos mais resilientes do mundo.

Um dos vilarejos mais fascinantes da Ásia
Togian e outras comunidades Bajau são um dos destinos mais únicos para quem deseja conhecer uma cultura completamente diferente. As águas cristalinas, os recifes de coral e o modo de vida sustentável dos Bajaú mostram que é possível construir uma cidade onde a terra firme não é necessária.
Mesmo enfrentando desafios como a modernização e as mudanças climáticas, os Bajau continuam navegando e vivendo sobre as águas, mostrando que a conexão com o oceano pode ser muito mais do que um estilo de vida — pode ser uma identidade.